A Batalha começa agora

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Capítulo #4




Uma luz incandescente exibia sua intensidade durante alguns segundos, podendo ser vista mesmo durante  aquele amanhecer.

Babar seguia naquela direção e ao atingi-la, notou Conrado cair sentado no chão, exausto, falando consigo mesmo.

- Impossível! - Arfando - Mil feitiços... mil feitiços e nada...

A pequena coruja levou os olhos para vossa majestade, sabendo que o decepcionara com seu insucesso. A verdade é que mil tentativas foram feitas, mas o Dragão Shura continuava petrificado pelo feitiço de seu irmão Dragon.

- Você devia descansar um pouco. Parece exausto.

- E faminto, majestade. Olha eu sinto muito, mas acho que isso não é para mim.

- O que é isso? Até os mais poderosos feiticeiros tem o direito de parar um pouco para comer e.. hum..  respirar?

Conrado sorri de leve, ele sabe que o rei somente está tentando animá-lo quando brinca e se senta ao seu lado. Mas sabe também a importância que existe em trazer Shura devolta a vida, e neste momento, ele se julga incapaz de realizar tamanha façanha.

- Mil feitiços senhor... eu não consigo mais. Eu fiz o meu melhor, estou no meu limite, não dá pra fazer mais que isso.

- Se você me disser que não pode continuar por que está cansado ou com fome, eu posso compreender. Mas se desistir por achar que não é capaz?

- Mas essa missão é muito importante e...

- E por isso você não pode desanimar!! - Conrado abaixa a cabeça - Ei Conrado... se você já tentou mil vezes e não teve sucesso, não desista. Tente mil e uma.

- E se não der certo?

Nessa hora, Babar se levanta, sorri e afaga a cabeça de Conrado com sua tromba.

- Tente mil e duas.

O garoto, com seus olhões arregalados, passa de um olhar triste para um determinado. Ele se levanta e responde.

- Vou parar de contar. Vou tentar até conseguir, confie em mim.

- Sempre confiei, Conrado. Sempre confiei.

O apoio de seu rei, realmente o motivou. Babar ainda pode observar mais uns três clarões até perder aquele local de vista. Agora ele estava se dirigindo para outra parte do Mundo Fafito. E lá a conversa não será tão amistosa.

Agora ele estava indo pedir ajuda para o orgulho em pessoa. E seu nome podia ser ouvido de longe. Ele fazia questão de se gabar, gritando o mesmo quando atacava uma montanha.

- EXCALIBUR!!! - E uma fresta foi aberta no meio do monte, desmoronando uma pilha de destroços e poeira ladeira abaixo.

- Foi um belo golpe. - Comentou Babar se aproximando.

Excalibur, sem olhar para trás, lhe respondeu:

- É eu sei... e sei que se você está aqui é por que o moleque não conseguiu despertar o Grande Dragão. Só vocês mesmos pra deixar um encanto tão poderoso nas mãos de uma codorna idiota.

- Não o subestime, o garoto tem um grande potencial. Ele vai conseguir, é questão de tempo.

- E tempo é o que você não tem, não é Babar? - Pergunta Excalibur olhando para trás.

Babar caminha e permanece ao seu lado, olhando serenamente para o horizonte. Em seguida, encara Excalibur e o indaga:

- Você acredita que sabe de tudo, não é Excalibur? - E antes que ele responda, continua. - As corujas caíram. Todas estão enfrentando problemas com os sapos agora, inclusive sua amada Liah...
- Ela não é minha amada!

- Ah! É claro, esqueci que você não é capaz de amar ninguém!

- Só não sou egoísta a ponto de arriscar meu império por causa de uma garota, como você fez!! - Babar abre a boca mas não consegue responder. - Eu sei o que você quer! Quer que eu vá enfrentar os sapos para trazer sua "rainha" de volta. Mas saiba que eu não vou lutar novamente suas batalhas por você!!

- NÃO É NADA DISSO!!

Um vento frio passa pelos dois, e arrasta poeira pelo terreno adentro.

Excalibur e Babar se olham nos olhos... os de Babar, em lágrimas.

- Essa batalha é minha, como você mesmo disse, e eu não quero que você a lute por mim.

Excalibur, franze a testa como quem não entendeu.

- O que quer de mim então?

 - Quero que você reine o Mundo Fafito em meu lugar.

O dragão não pode esconder seu espantamento.

- Você quer o quê?

- Eu mesmo irei atrás das corujas, e as trarei de volta. Mas preciso que alguém fique em meu lugar. Shura está fora de ação e Marina, bem, ela já não tem o mesmo vigor de antigamente. Você é minha única opção.
Após o choque, a risada de Excalibur é inevitável, a ponto dele chega a gargalhar. Mas quando consegue voltar a si, sua expressão não exibe nem um pouco de graça.

-Você me desconstitui do meu cargo como primeiro ministro, e agora quer que eu seja rei?

- Isso já faz tempo... Você torturou os prisioneiros de guerra e eu não poderia permitir que continuasse com aquilo.

- Eles eram nossos inimigos, na guerra que você provocou por causa daquela vadia!

- Eles eram seres vivos antes de tudo, Excalibur, e não ouse falar assim da minha esposa novamente!!

Um silêncio paira entre os dois. Tempo para o rei respirar fundo e retomar a aparência calma e serena pela qual é conhecido. Após a pausa, ele continua:

- Todos cometemos erros em algum momento de nossas vidas, Excalibur. Mas temos oportunidades de nos redimir-mos de vez em quando. E aí? Vai me ajudar?

O olhar de Excalibur se perde no chão. Após isso ele olha para frente e diz irritado:

- Tá, tanto faz! Agora some daqui, está atrapalhando meu treinamento.

Babar sorri. Ele assente, se afasta e diz:

- Obrigado, meu amigo. Você terá um grande reinado.

Excalibur sorri (por dentro) e enquanto Babar se vai, tomando distância a suas costas, ele segue com seus ataques:

- Eu não tenho uma espada!! Eu sou a espada, a força e o poder!! Eu sou... EXCALIBUR!!!

Um imenso estrondo acontece quando ele lança seu ataque. Segundos depois, Babar cai no chão desacordado.

- Me desculpe alteza... não tenho vocação para rei - Diz ele sorrindo e checando os sinais vitais do elefante. Ao conferir que estava tudo bem, ele continua falando consigo mesmo. - Agora.. eu preciso ir atrás daquelas corujas i-di-otas. Vamos lá!!!

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