- Não... senhor?..
Babar permanecia incrédulo a recusa de Conrado de lhe seguir uma ordem.
A coruja, por sua vez, frisou o olhar. Estava diante do Rei, e talvez nunca tivesse demonstrado tanta coragem quanto naquela hora.
Suas garras tremiam, seu coração palpitava. Um silêncio angustiante tomou aquele local.
- Você disse que não?
- Perdoe-me majestade, mas eu não quero fazer isso.
- Agora este fedelho passou dos limites. - Disse indignado, Saga.
- Quer que o prendamos, majestade? - Acompanhou-o Kanon.
- Esperem eu... quero saber por quê?
- Marina conspirou e agiu para nos destruir.
- Ainda não temos provas disso, Conrado.
- Mas ela atacou a Mestre Morgana. Por que faria isso, se fosse inocente?
Babar respirou fundo, e prosseguiu:
- Você libertou Excalibur por que acreditava que ele poderia nos ajudar, mesmo sabendo dos crimes que cometeu. Por que não Marina?
- Cometi um erro e não vou cometer dois.
- Mas eu estou assumindo esta responsabilidade, não você.
- Eu sinto muito, majestade... Ela não. - Respondeu em negativa, Conrado. - Me prenda se quiser.
Conrado com os olhos marejados se afastou.
Os Leões se movimentaram, mas babar os intercedeu.
- Não... deixem-o ir. Está sobre muita pressão. Ele vai mudar de ideia. - Disse e pensou: - Eu espero.
***
Dois dias se passaram.
Babar andava de um lado para o outro, com uma lança na tromba.
Então olhava para o corpo de Marina petrificado, e ficava ainda mais nervoso.
Os leões acompanhavam seus passos, sem dizer uma só palavra.
Até que Morgana fez contato telepático.
- Majestade?! Está me ouvindo?!
- M-Morgana!! Morgana, eu pedi relatórios de hora em hora, já fazem três que você não nos manda nada! O que está acontecendo?!
- É difícil falar quando se está lutando!! - Gritou Liah na cabeça de todos.
- Perdoe-me, majestade. Não havia novidades até então. - Corrigiu Morgana.
- Tudo bem, o que há de novo?
Morgana demorou para responder, mas continuou:
- Eles enviaram apenas três soldados como havia lhe dito. São três gigantes de espuma incrivelmente poderosos.
Os leões se entre olharam. Babar prosseguiu:
- E os três garotos? Como estão?
- Eles lutaram bravamente. Batalharam por dois dias inteiros sem parar. Fizeram o que puderam, bateram, atiraram. Nenhum dos dois lados apresentou qualquer tipo de dano ou lesão. Então eles cansaram... e a primeira linha de defesa foi vencida.
O rei abaixou a cabeça. Largou a lança para limpar o rosto com a tromba.
- E Valquíria? Eu quero falar com ela.
Mais uma pausa e a Feiticeira respondeu:
- Ela... não pode falar agora, majestade.
- Não pode falar? Por que não pode falar?
- POR QUE ESTÁ INCONSCIENTE!! O QUE ACHA QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI? AAAAAAAAAHHHH!!
- Liah?! Morgana, o que aconteceu com Valquíria?
- Ela vai ficar bem. Eu preciso desligar agora, Liah não vai detê-los por muito tempo. Ela fez diversos tronados batendo suas asas. Mas não está adiantando muito.
- Morgana, pelo mestre, por que não está usando seus feitiços de fogo?!
- Bem... ao que parece... eles ficaram resistentes ao fogo.
- Impossível! - Exclamaram os leões.
Babar ficou paralisado. Morgana concluiu:
- Isso é tudo por enquanto, majestade. Manterei os informado.
- Espere, mas...
O contato telepático foi rompido.
Babar desmoronou no chão.
- Como podem não ser afetados por fogo? - Perguntou Saga.
-
- Era sua maior fraqueza. - Debateu Kanon e Babar respondeu:
- Era... e agora se livram dela.
- Se fogo não adianta, talvez água possa retardá-los.
- Precisamos que o moleque traga a tartaruga de volta.
- Não vai adiantar... nada garante que ela vá nos ajudar agora, depois da forma como a tratamos, ó céus... minha esposa está inconsciente e eu estou aqui sem fazer nada...
Os leões não tinham de muita ternura, mas lamentaram o estado do rei.
Babar não tinha mais ideias.
- Excalibur, desgraçado, Shura, Marina... por que me abandonaram? Eu sou um mau rei? Um mau amigo? Digam-me leões, o que fiz para ver meu reinado desmanchar como um castelo de cartas ao vento?
- Não é culpa sua, meu rei.
- Está tudo nas mãos do destino.
Babar, em lágrimas, se indignou.
- Eu me recuso a aceitar este destino! Eu me recuso a ser derrotado! Não é isso que nós temos predestinado para nós, meus amigos, não enquanto ainda podemos lutar!!
- O que faremos então? - Preocupou-se Kanon.
Babar olhou para o Quartzo Azul.
- O que estamos fazendo aqui?
- Protegendo a Pedra de Gêmeos. - respondeu Saga.
- E para quê?
Os leões ficaram pensativos.
- A Pedra de Gêmeos não é tudo o que temos, aquelas criaturas, doando suas vidas na batalha, nós somos tudo o que temos, então vai ser tudo ou nada!!
- O que tem em mente, meu rei?
- Peguem a pedra. Nós vamos levá-la ao encontro dos gigantes. Iremos lutar, todos nós, de uma só vez. Matar ou morrer, juntos pelo Mundo Fafito!!
- JUNTOS!!
***
Naquele momento, Efito, Juanito e Panda encontraram as corujas no chão.
- Ei, acorde, você está ferida? - Perguntou Efito, cutucando Liah com o focinho.
- Ah... não tanto quanto minhas amigas. Me levem até elas, posso curá-las.
- Vai com calma, você não está bem.
- Eu vou ficar legal. E vocês, como estão?
- Guapa querida, estamos bien. Só paramos para tomar um refresco.
- Então é melhor já terem terminado. - Disse Valquíria para o coelho, se levantando com dificuldade. - Eles passaram pelas duas linhas de defesa. Logo chegaram a Babar.
- Como podem ter sobrevivido ao golpe dos Cinco pontos que explodem o coração?
- Acho que não sabe fazer isso amigo. - Questionou Juanito.
- Sei sim. E também tentei muai thay, jiu jitsu, karatê, Street Fighter, capoeira, jo key po...
- Cale-se Panda. - Interrompeu-o Efito. - Precisamos alcança-los e atrasa-los... até alguém ter uma ideia melhor.
Valquíria falou:
- Vão na frente, ganhem o máximo de tempo que puderem. Eu e as meninas alcançaremos vocês depois que Liah nos curar.
- Vai ser um pouco difícil...
Todos olharam para Liah, que continuou:
- Eu acho que quebrei uma pata... Não posso curar a mim mesma.
Os olhares desacreditados foram inevitáveis.
- Então o que faremos? - Perguntou Panda.
Os pensamentos perdidos e o silêncio torturante foram interrompidos pela voz grave de Morgana.
- Acalmem-se todos... eu tenho um plano.
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