A Batalha começa agora

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Capítulo #11

- Não... senhor?..

Babar permanecia incrédulo a recusa de Conrado de lhe seguir uma ordem.

A coruja, por sua vez, frisou o olhar. Estava diante do Rei, e talvez nunca tivesse demonstrado tanta coragem quanto naquela hora.

Suas garras tremiam, seu coração palpitava. Um silêncio angustiante tomou aquele local.

- Você disse que não?

- Perdoe-me majestade, mas eu não quero fazer isso.

- Agora este fedelho passou dos limites. - Disse indignado, Saga.

- Quer que o prendamos, majestade? - Acompanhou-o Kanon.

- Esperem eu... quero saber por quê?

- Marina conspirou e agiu para nos destruir.

- Ainda não temos provas disso, Conrado.

- Mas ela atacou a Mestre Morgana. Por que faria isso, se fosse inocente?

Babar respirou fundo, e prosseguiu:

- Você libertou Excalibur por que acreditava que ele poderia nos ajudar, mesmo sabendo dos crimes que cometeu. Por que não Marina?

- Cometi um erro e não vou cometer dois.

- Mas eu estou assumindo esta responsabilidade, não você.

- Eu sinto muito, majestade... Ela não. - Respondeu em negativa, Conrado. - Me prenda se quiser.

Conrado com os olhos marejados se afastou.

Os Leões se movimentaram, mas babar os intercedeu.

- Não... deixem-o ir. Está sobre muita pressão. Ele vai mudar de ideia. - Disse e pensou: - Eu espero.

***

Dois dias se passaram.

Babar andava de um lado para o outro, com uma lança na tromba.

Então olhava para o corpo de Marina petrificado, e ficava ainda mais nervoso.

Os leões acompanhavam seus passos, sem dizer uma só palavra.

Até que Morgana fez contato telepático.

- Majestade?! Está me ouvindo?!

- M-Morgana!! Morgana, eu pedi relatórios de hora em hora, já fazem três que você não nos manda nada! O que está acontecendo?!

- É difícil falar quando se está lutando!! - Gritou Liah na cabeça de todos.

- Perdoe-me, majestade. Não havia novidades até então. - Corrigiu Morgana.

- Tudo bem, o que há de novo?

Morgana demorou para responder, mas continuou:

- Eles enviaram apenas três soldados como havia lhe dito. São três gigantes de espuma incrivelmente poderosos. 

Os leões se entre olharam. Babar prosseguiu:

- E os três garotos? Como estão?

- Eles lutaram bravamente. Batalharam por dois dias inteiros sem parar. Fizeram o que puderam, bateram, atiraram. Nenhum dos dois lados apresentou qualquer tipo de dano ou lesão. Então eles cansaram... e a primeira linha de defesa foi vencida.

O rei abaixou a cabeça. Largou a lança para limpar o rosto com a tromba.

- E Valquíria? Eu quero falar com ela.

Mais uma pausa e a Feiticeira respondeu:

- Ela... não pode falar agora, majestade.

- Não pode falar? Por que não pode falar?

- POR QUE ESTÁ INCONSCIENTE!! O QUE ACHA QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI? AAAAAAAAAHHHH!!

- Liah?! Morgana, o que aconteceu com Valquíria?

- Ela vai ficar bem. Eu preciso desligar agora, Liah não vai detê-los por muito tempo. Ela fez diversos tronados batendo suas asas. Mas não está adiantando muito.

- Morgana, pelo mestre, por que não está usando seus feitiços de fogo?!

- Bem... ao que parece... eles ficaram resistentes ao fogo.

- Impossível! - Exclamaram os leões.

Babar ficou paralisado. Morgana concluiu:

- Isso é tudo por enquanto, majestade. Manterei os informado.

- Espere, mas...

O contato telepático foi rompido.

Babar desmoronou no chão.

- Como podem não ser afetados por fogo?  - Perguntou Saga.
-
- Era sua maior fraqueza. - Debateu Kanon e Babar respondeu:

- Era... e agora se livram dela.

- Se fogo não adianta, talvez água possa retardá-los.

- Precisamos que o moleque traga a tartaruga de volta.

- Não vai adiantar... nada garante que ela vá nos ajudar agora, depois da forma como a tratamos, ó céus... minha esposa está inconsciente e eu estou aqui sem fazer nada...

Os leões não tinham de muita ternura, mas lamentaram o estado do rei.

Babar não tinha mais ideias.

- Excalibur, desgraçado, Shura, Marina... por que me abandonaram? Eu sou um mau rei? Um mau amigo? Digam-me leões, o que fiz para ver meu reinado desmanchar como um castelo de cartas ao vento?

- Não é culpa sua, meu rei.

- Está tudo nas mãos do destino.

Babar, em lágrimas, se indignou.

- Eu me recuso a aceitar este destino! Eu me recuso a ser derrotado! Não é isso que nós temos predestinado para nós, meus amigos, não enquanto ainda podemos lutar!!

- O que faremos então? - Preocupou-se Kanon.

Babar olhou para o Quartzo Azul.

- O que estamos fazendo aqui?

- Protegendo a Pedra de Gêmeos. - respondeu Saga.

- E para quê?

Os leões ficaram pensativos.

- A Pedra de Gêmeos não é tudo o que temos, aquelas criaturas, doando suas vidas na batalha, nós somos tudo o que temos, então vai ser tudo ou nada!!

- O que tem em mente, meu rei?

- Peguem a pedra. Nós vamos levá-la ao encontro dos gigantes. Iremos lutar, todos nós, de uma só vez. Matar ou morrer, juntos pelo Mundo Fafito!!

- JUNTOS!!

***

Naquele momento, Efito, Juanito e Panda encontraram as corujas no chão.

- Ei, acorde, você está ferida? - Perguntou Efito, cutucando Liah com o focinho.

- Ah... não tanto quanto minhas amigas. Me levem até elas, posso curá-las.

- Vai com calma, você não está bem.

- Eu vou ficar legal. E vocês, como estão?

- Guapa querida, estamos bien. Só paramos para tomar um refresco.

- Então é melhor já terem terminado. - Disse Valquíria para o coelho, se levantando com dificuldade. - Eles passaram pelas duas linhas de defesa. Logo chegaram a Babar.

- Como podem ter sobrevivido ao golpe dos Cinco pontos que explodem o coração?

- Acho que não sabe fazer isso amigo. - Questionou Juanito.

- Sei sim. E também tentei muai thay, jiu jitsu, karatê, Street Fighter, capoeira, jo key po...

- Cale-se Panda. - Interrompeu-o Efito. - Precisamos alcança-los e atrasa-los... até alguém ter uma ideia melhor.

Valquíria falou:

- Vão na frente, ganhem o máximo de tempo que puderem. Eu e as meninas alcançaremos vocês depois que Liah nos curar. 

- Vai ser um pouco difícil... 

Todos olharam para Liah, que continuou:

- Eu acho que quebrei uma pata... Não posso curar a mim mesma.

Os olhares desacreditados foram inevitáveis.

- Então o que faremos? - Perguntou Panda.

Os pensamentos perdidos e o silêncio torturante foram interrompidos pela voz grave de Morgana.

- Acalmem-se todos... eu tenho um plano.



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