A Batalha começa agora

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Capítulo #15

- Majestade, os gigantes estão marchando em nosso território novamente.

O rei ficou pensativo e disse baixinho pra si mesmo:

- Mas já? - E perguntou aos Leões. - Como foram e voltaram tão rápido?

Os leões se entreolharam. 

- Eles nunca foram embora.

- Outra coisa está sendo os olhos deles.

Babar ficou estático.

- Nunca foram embora...

- Talvez estivessem precisando de um respiro. - Sugeriu Valquíria sem muita confiança.

- Respiro? Estão brincando com a gente. Não... alguém está. - Continuou Babar e perguntou: - Aonde está Morgana? 

- Com Conrado e o coelho, no templo onde está petrificada Marina.

***

- Yo no compreendo. - Disse Juanito mastigando um pedaço de cana. - Vosotros são Mestre e aluno. Pero estão brigados. Por quê?

- Não estamos brigados. Conrado é meu pupilo. Ele me segue e aprende comigo, e isso me torna sua Mestre. Se ele age por conta própria, então não precisa de mim.

- E eu não entendo como um coelho pode ser mexicano, comer cana e usar cachecol. - Disse Conrado.

- Yo soy excêntrico. Responda la pergunta.

- Olha, eu já disse que me arrependo de ter libertado Excalibur. O rei me mandou vir aqui te curar. Eu pedi que mandasse Liah, mas ele disse que eu tinha que vir, pra exorcizar meus fantasmas. Estou cumprindo ordens.

- Ele também te mandou trazer Marina a vida. Eu já gastei dois mil feitiços e essa droga de pedra não se move. - Rebateu sua Mestre.

- Dois mil... - Sussurrou Conrado. Então, terminada a cura, pegou pergaminhos em um bolsa e entregou a Morgana.

- Enquanto estavam fora, eu dei uma procurada nas coisas de Marina e encontrei isso. Parece que ela se comunicava com o Mundo dos Sonhos por carta. Era uma conspiração.

- Deixe ver. - Solicitou Morgana.

- Madre mia!! - Exclamou Juanito. 

- Eu posso ensinar o feitiço, Mestre, se não achar muita ousadia. Mas você decidirá se deve ou não usá-lo.

- Morgana!! - Chamou Babar entrando na sala , exaltado.

Todos olharam de volta. O rei falou:

- Os gigantes estão de volta. Eu preciso de Marina.

- Eu vou tentar acelerar com os feitiços.

- Conrado? - Ele olhou para sua Mestre com os pergaminhos, e apenas balançou a cabeça.

- Então estamos perdidos. - Lamentou Babar.

- Segundo round? - Disse Liah se aproximando com Efito.

- Vamonos! Suba a bordo Juanito. - Chamou o lobo.

- Mi hermano hablando espanõl!! Yo no puedo crer. JAJAJA!!! - Gargalhou o coelho.

Juanito montou sobre Efito, que levantou-se sobre as patas de trás e o coelho gritou atirando para cima:

- ARRIBA MUCHACHOS QUE AHORA SOMO LOS DOS!!

***

Bem menos empolgado, o rei conversava com sua rainha:

- Não estamos com sorte.

- Não existe sorte. Está falando como os tais humanos que acreditavam em  forças do bem e do mal, influenciando-os para tomar atitudes ou sobre o que acontecia com eles. Usavam isso como desculpa para justificar seus atos, para por a culpas ou o méritos em outro alguém. Existe estratégia e nós erramos a nossa. Precisamos... - A coruja parou para olhar para Babar.

Ele começou a bater com a cabeça na parede.

- Dá pra parar com isso? Se você perder a calma, todo mundo perder.

- Não, não dá. E agradeceria se me deixa-se sozinho.

- Como quiser. - Respondeu Valquíria e se retirou dos aposentos, deixando o rei sozinho.

Sozinho então, começou a falar consigo mesmo.

- Tudo bem... mesmo ataque, mesma defesa. Agora que já sabemos o que deu errado no primeiro confronto, podemos utilizar do Quartzo Azul e...  - Mudando de humor. - Não!! Não tá nada bem. Os filhos da.. não tem olhos. Então não tem mais pontos fracos.

As lágrimas vinham aos seus olhos. Mas ele não as deixava cair. Então olhou em volta, pensativo.

- O Mundo Fafito é só um lugar... hm...

Do lado de fora da sala, Valquíria, Liah, Conrado, Efito, Juanito e os Leões aguardavam, ansiosos.

Babar saiu e todos param olhando para ele.

O rei respirou e disse:

- Os soldados estão aqui, cegos. Não estão fazendo isso por que querem. Estão sendo controlados. 

Todo mundo permaneceu prestando atenção. Ele continuou:

- Se eles estão aqui, então nós vamos para lá.

- Eu acho que não entendi, meu rei. - Disse Liah.

- Chame Morgana, vamos todos nós para o Mundo dos Sonhos, atacar e destruir que está exercendo esse controle mental.

A surpresa foi geral. 

Até que Conrado falou.

- Mas aí vão destruir o Mundo Fafito.

- Vamos cruzar por eles quando estivermos saindo. Devemos evitar a batalha. Eles são lentos, então se passarmos rápido nós...

- Vamos fugir? - Indignou-se Valquíria.

- ...há  uma chance dos soldados nos seguirem, então pode ser que o Mundo Fafito não seja destruído e...

- Babar, ficou louco meu bem? Como pode ser que não seja destruído? Eu, você e Bruce sempre sonhamos com um lugar assim. Onde pudéssemos viver em paz, todas as espécies, um oásis em meio a um deserto de caos. Agora você quer abandonar tudo o que construímos?

- Valquíria, foi você mesma quem disse que o Mundo Fafito é só um lugar. Mas não é só isso. O Mundo Fafito somos nós. Podemos recriá-lo em qualquer lugar que estejamos.

O rei olhou para os outros membros e ninguém comprava sua ideia.

- Amigos, sei o que estão pensando. Mas não estamos fugindo, mas sim lutando. Indo atrás da fonte, indo até onde está o verdadeiro inimigo, e derrotá-lo.

- A pedra de gêmeos só nos dá poder neste lugar.

- Enquanto que no Mundo dos Sonhos, as criaturas de lá é que serão mais fortes. - Disseram os leões.

- E o que querem fazer? Ficar aqui e serem esmagados como Panda? - argumentou com um sorriso ensandecido.

- Mi amigo morreu, meu rei. Mas morreu luchando.

- Não concordamos com isso, Babar. - Complementou Efito.

- Eu sou o rei e este é o meu reinado. - Disse Babar. - Mas muito bem, vocês tem direito a uma opinião. Vou aguardar até o amanhecer. Se não tiverem uma ideia melhor, PARTIMOS. 

Pronunciou e entrou de volta para seus aposentos, batendo a porta. 

- O que vamos fazer? - Perguntou Liah.

- Eu vou falar com ele. Por enquanto mande Morgana parar. Despertar Marina já não é importante de qualquer forma.

A rainha entrou no quarto e os outros debatiam.

- Ele está querendo nos levar para a morte. - Manifestou -se Efito.

- Estas loco por tanta pression. - Lamentou Juanito.

- Vamos pensar numa coisa melhor. - Sugeriu Conrado, sem muita esperança.

*** 

No quarto, Valquíria ficou ao lado de Babar, que olhava pela janela.

- Acha que estou desesperado?

- Espero que os outros tenham uma ideia melhor. Sei que é difícil tomar decisões sozinho.

- Acha que eles vão me seguir?

- Você é o rei.

- E isso não é uma ditadura. Me seguem por que me respeitam, não por que os obrigo.

- Babar... diga-me que tem algo mais. Diga-me que não é só isso, ir lá e lutar. Você sempre tem uma arma secreta não?

Babar se deixou levar pelos pensamentos. Olhou para Valquíria e sorriu.

- Não... é só isso. Nenhuma arma secreta.

A coruja olhou ao redor com nostalgia.

- É... gostava desse lugar.

- Nós vamos voltar, acredite em mim. Somos o Mundo Fafito.

Valquíria abraçou Babar e balançou a cabeça em sinal positivo.

- Sim, meu rei. Sim.

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