A Batalha começa agora

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Capítulo Final 32#



"Ninguém sabe o que levou os humanos a extinção. O que se sabe é que depois que eles se foram, criaturas mágicas passaram a habitar o universo e a lutar para exercer sua soberania, ou simplesmente sua existência...

Último Capítulo do Episódio I

Ouça a trilha sonora:
Muitos se uniram em grandes instituições ou famílias e quem não pertencia a nenhuma delas ficava a mercê de sua própria sorte, em um mundo de caos, miséria e sofrimento.

Foi então que alguns amigos de lugares distintos resolveram criar um novo mundo, um lugar onde poderiam viver em paz e abrigar quem mais quisesse partilhar desse sonho. Criaturas de diversas famílias e espécies passaram a habitar essa terra mágica. Assim nasceu o Mundo Fafito.

Um lugar com tantas criaturas poderosas chamou a atenção das grandes instituições e uma guerra secreta foi travada por ele. Por meio de intrigas e sabotagens, o Mundo Fafito foi posto contra seus mundos vizinhos, e o que restou de todas essas batalhas foram inúmeras lágrimas, sangue e morte.

Agora, seus habitantes terão de tirar forças de onde não existem mais para enfrentar os desafios desse universo, e lutar por paz e liberdade."

O MUNDO FAFITO


***


Uma criatura se aproximava da sala de defesa.

A general Marina alertou os Leões da Proteção.

Juanito e Efito se preparavam para o ataque.

- ¿Quién viene? ¿Amigo o enemigo? - Perguntava Juanito apontando suas diversas armas.

A criatura arrastava a asa e vinha andando com dificuldade, mancando e sem poder abrir um dos olhos devido a um ferimento.

- Respóndenos !!

- Amigo... - Disse ofegante e parou de andar.

Todos pararam a observá-la.

Marina perguntou:

- Quem é você e o que quer aqui?

Valquíria levantou a cabeça. A maldição da bruxa realmente a castigara. Seus até então súditos não se lembravam mais do seu rosto. Ou sequer que ela tinha existido naquele lugar.

Diante disso, ela decidiu assumir outra identidade.

- Me chamo Ágatha. Sou... sou prima da rainha.

Os habitantes do Mundo Fafito se entreolharam. 

- Eu nunca soube que a rainha tinha parentes - Sussurrou Kanon.

- Pra falar a verdade, a gente não se lembra de muita coisa da rainha.- Respondeu-lhe em mesmo tom, seu irmão Saga.

- Trago más notícias. Os combatentes do Mundo Fafito que partiram para o Mundo dos Sonhos sofreram diversas derrotas. Não sabemos o paradeiro de Excalibur, Shura e Dragon. Seus reis estão mortos.

Todos se espantaram!!

- Es mentira!!

- Infelizmente não. - Lamentou Valquíria.

- Se isso é verdade. Como você sobreviveu? - Perguntou Efito.

- Bem eu... eu fugi.

- No podemos creer que este cobarde. - Disse o coelho indignado e continuou: -Y si fue ella quien atacó nuestros reyes? Y ¿cómo sabemos si ella dice la verdad o no?

- Temos estado muito confusos desde que nossos reis partiram. Eu não sei como vamos saber se isso é mentira ou não. - Disse Marina, a líder provisória do Mundo Fafito.

Em seguida Marina olhou nos olhos de Valquíria, ou Ágatha como ela se apresentou e concluiu:

- Mas seja como for... essa mulher fala a verdade.

- Nossos reis mortos? - Não posso conceber. - Disse Saga desviando o olhar.

- Bem ela conhece Shura e Dragon, e também Excalibur. Ela deve saber o que está falando. - Analisou Kanon. - Marina?

- Muito bem. Se é mesmo parente da realeza eu lhe dou as boas vindas. E lamento por sua perda. Saiba que ela é perda para todos nós também. Desculpe-nos pela bagunça, temos enfrentado tempos difíceis. Mas por favor, se acomode. Temos muito o que conversar mas primeiro você precisa cuidar desses ferimentos. Juanito? Hora de colocar em prática as lições de primeiro socorros que aprendeu com Conrado.

Juanito fez cara de susto. Mas finalmente guardou suas armas. Acompanhou Ágatha.

Mas antes que partissem, Saga e Kanon ficaram em alerta:

- O que houve? Estamos sendo atacados?

Os leões permaneceram estáticos.

- Respondam por tudo que mais ama!! - Insistiu Efito.

- A Ordem do Zero. - Disse Saga.

- O que tem a Ordem? - Perguntou Marina.

Kanon respondeu:

- Está aqui.

Valquíria olhou para o alto.

Eles estavam chegando.

Com imponência.

E pousaram diante de todos.

O Mestre da Ordem do Zero, uma velha coruja com cara de poucos amigos. Seus leais súditos, a arrogante águia dourada, Aioria . O elefante irmão de Babar, Aldebaran. A carpa Afrodite. A pequena coruja mal encarada Katherine. E para surpresa de todos... Morgana e Conrado.

- Saudações!! Eu sou o Mestre da Ordem do...

- Conrado!!! - Gritou Efito junto a Juanito admirados.

Valquíria também arregalou os olhos de surpresa.

Conrado disse baixinho a Morgana.

- Mestre quem são essas pessoas? 

- Eles são nossos novos súditos. Apenas sorria. - Sussurrou ela.

- Bem... Perdoem-me. Eu iria explicar isso em seguida. Toda vez que algum membro da Ordem do Zero é morto, nós por meio dos nossos poderes, os trazemos de volta a vida. Entretanto, eles não se lembram de nada do que aconteceu na vida passada. Desculpem-os, mas eles não lembram de vocês.

Valquíria sorriu, pela ironia.

- Como eu dizia. Eu sou o Mestre da Ordem do Zero, você podem me chamar de... Mestre - Risos. - E essa é a alta cúpula da Ordem.

- Eu pude perceber. Por que estão aqui, toda a elite da Ordem reunida?

- Estamos sabendo das batalhas travadas aqui e viemos estabelecer a ordem. - Afirmou Aldebaran com rispidez.

- A ordem? - Perguntou Efito desconfiado.

O Mestre completou:

- O caos está a espreita, amigos. Nós estamos aqui para protege-los e orientá-los na sua gestão, até que as coisas voltem ao seu lugar.

- Agradecemos a oferta mas é um pouco tarde para nos ajudar, e também não precisamos de orientação quanto ao nosso governo. Tão pouco do auxílio de alguém que nos trouxe tantos transtornos quanto Morgana.

- Oh, nós entendemos seu rancor. Mas a verdade é que Morgana estava sendo controlada pela mesma força que controlou o Mundo dos Sonhos e os fez atacar vocês. - Esclareceu Afrodite.

Morgana permaneceu calada.

- E nós entendemos que você não tem condições de entender os riscos que correm atualmente. Então não estamos pedindo permissão. Nós viemos para ficar. - Falou alto Aldebaran ganhando os olhares irritados de Marina, Efito e Juanito.

Valquíria pensou consigo mesma.

"É o que veremos."


FIM




NÃO PERCA A ORDEM DO ZERO




Não perca o segundo episódio "A Ordem do Zero"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Capítulo 31#


- Toda vez que me derrotarem, vocês também são derrotados, pois a morte nem sempre é o pior castigo. Não ter pelo o que viver pode ser pior do que morrer. Pensem nisso antes de virem atrás de mim novamente.

 - Eu disse que cada vez que me derrotam, vocês também são derrotados. Vocês perdem o que tem de mais precioso. Vocês, sapos nojentos e inconvenientes... pra que vivem? Não mais.

- Vocês se acham invencíveis, claro, não podem morrer. Ou... não podiam?

- Ser mortal dá medo sim. Medo de tudo acabar. Diversas crenças dizer que há algo depois da vida. Mas a verdade é que ninguém sabe. A única certeza que temos é que a vida  deve ser aproveitada com se fosse a única. Ter medo de morrer não é um problema. Causar medo nos outros sim. Você acha que é invencível por causa do seu poder e por ser uma criaturas mais poderosas do universo, e que isso te torna praticamente imortal. Pois bem, Excalibur. Vamos ver como você se vira sem ele.

- Vocês... Bruce, Babar e Valquíria. Reis de seus reinos. Lutaram para criar um lugar onde simplesmente pudessem ter poder, súditos. Patéticos. Nem sequer são os mais fortes e tiveram os mais fortes sobre as suas ordens.

- O que você mais ama na vida, coruja?

Babar estava morto.

Os dragões mais poderosos que habitavam o Mundo Fafito e o Mundo dos Sapos agora eram mortais, e talvez o dragão mais poderoso do universo agora não tinha mais poder.

Os reis desses dois mundos citados perderam seu reinado.

E todas estas lástimas aconteceram por enfrentar uma bruxa que quando derrotada, faz com que seu oponente sofra do seu pior pesadelo.

- Não precisava-mos chegar a este ponto. - Disse uma voz de uma silhueta em meio aos ventos de areia.

Valquíria, frisando o olhar, tentava identificar de quem vinha a voz. Já que partia do lado contrário de onde Safira estava.

Quando se fez possível, uma aranha gigantesca caminhava com suas sete patas no solo escaldante.

- Permita-me apresentar-me...

- Eu sei quem é você... Tentáculo.

- Olha, vejam só. O prazer é todo meu.

- O prazer é só seu. O que veio buscar aqui?

Safira voou até permanecer ao lado de Tentáculo. Ele prosseguiu:

- Eu sou o Imperador do Eixo do Caos. Este território, o Mundo dos Sonhos, encontra-se sobre meu poder agora. Estava fazendo uma aliança com a Imperatriz Lesley quando Excalibur a matou. Aliança que quero oferecer a você, Valquíria.

- Aliança? - Perguntou ela enquanto lágrimas ainda marcavam seu rosto.

- Valquíria, o universo está em plena disputa de poder. A Ordem do Zero, uma instituição que diz zelar pela paz e equilíbrio, teme que mundos tenham capacidade de se opor a sua hipócrita lei.

Seu mundo, este e o dos sapos, assim como muitos outros, estão na mira da Ordem. Eles estão se infiltrando para desestabilizar estes mundos e assim poder ter um motivo para invadi-los e exercer sua soberania.

- Morgana...

- Sim, Morgana. Eu por outro lado, ofereço proteção, sem querer tirar ninguém do poder.

Valquíria riu.

- Lesley aceitou sua suposta proteção. Agora era está morta e todos os habitantes do Mundo dos Sonhos também deixaram de existir.

- Isso não vai acontecer com o Mundo Fafito. Vocês são uma joia nesse universo. O Mundo Fafito é capaz de fazer coisas incríveis com sua magia. Você sequer faz ideia.

- Então, você quer o Mundo Fafito pra você.

- Eu o quero ao meu lado.

Há uma guerra lá fora e em muito em breve só haverão dois lados nessa batalha.

Se vocês não estiverem ao meu lado, só vai restar está contra mim.

E você presenciou do que somos capazes de fazer.

Safira é só mais uma dos muito aliados que o Eixo possui.

Escolha de qual lado quer ficar Valquíria. A esta hora, a Ordem do Zero já está a caminho do Mundo Fafito para governá-lo.

Tome sua decisão.

Dito isto, Tentáculo e Safira desapareceram na imensidão do deserto.

Valquíria observo-os ir. Em seguida olhou para o corpo de seu esposo morto.

Ela o enterrou na areia. Disse algumas palavras.

- Eu sinto muito meu amor. Sinto muito tê-lo traído. Sinto muito tê-lo deixado morrer. 

Após isto encostou-se no monte de areia e suspirou:

- Ah... o que eu vou fazer agora? Fomos ameaçados pelo Eixo. E a Ordem do Zero é a organização mais poderosa do universo. Claro, o Eixo do Caos não fica muito atrás. Talvez por isso a Ordem ainda não foi capaz de derrotá-los. Finge admitir sua existência e ambas não se metem nos negócios uma da outra. Em que planeta vivemos.

Bem, não sei por que estou me preocupando. Eu não sou mais rainha do Mundo Fafito. Por mim eu lutaria por ele pela memória de você Babar, mas foi por esse tipo de batalha, por honra e ideias que você acabou morto, eu não posso fazer isso. Você salvou minha vida pouco antes de morrer.

Voltarei ao Mundo Fafito. Vamos ver o que acontece.

Valquíria levantou voo e partiu de volta ao seu reinado. Sozinha.


***

Distante dali, Safira e Tentáculo conversavam:

- Você devia ter me deixado mata-los. Teria feito isso em uma única oportunidade.

- Não Safira, precisamos deles.

- Então não devia ter me feito de palhaça. Pra que eu os ataquei então? E pra que eles servem agora? São cavalos de corrida que ficaram mancos.

Tentáculo riu.

- Eu sei. Mas serviu para mostrar a eles o quanto somos poderosos. E não subestime o Mundo Fafito. Eles vão se reerguer. Mais fortes do que você pode imaginar.

Safira permanecia indignada, a aranha prosseguiu:

- Essa pata que me falta foi causada por um deles. Eu vou te dizer a verdade. Eu temo mais o Mundo Fafito do que a Ordem do Zero. É verdade, não me olhe com essa cara. Eu prefiro tê-los com aliados, pelo menos por enquanto.

- Por que por enquanto? Vamos atacá-los quando derrotarmos a Ordem?

- Não. Eu conheço o Mundo Fafito. Quando só houver um único lado. Eles se voltaram contra este, pela luta por liberdade.

E seguiram os dois caminhando no deserto. No lado oposto do de Valquíria.

Por enquanto.




Capítulo 30#


A bruxa seguiu caminhando até perceber algo estranho sob seus pés.

A areia se movia com o vento.

Mas a sensação estranha continuava.

A suas costas, uma intensa batalha acontecia.

Babar, o elefante, correu, saltou e derrubou um dos gigantes com uma cabeçada no peito. Ele caiu lentamente derrubando outros gigantes que estava atrás dele.

Babar estava iluminado, todo o seu corpo emitia uma luz incandescente.

A areia começou a se mover e a tomar forma.

Ele criou diversos punhos de areia, com os grãos tão próximos um do outro que se tornaram sólidos.

Os socos que saiam do chão jogaram diversos gigantes para o alto, levantando-os centímetros do chão, o suficiente para derrubá-los.

Acima, a coruja Valquíria sobrevoava a luta:

- Ele está usando o espírito da areia. O espírito drena sua energia vital Babar está lançando suas últimas cartadas. Eu preciso agir.

Ofegante, Babar aguardava os gigantes se levantarem.

- Vamos!! Levantem-se!! Isso não foi o suficiente para acabar com vocês!!

Os gigantes lentamente iam se erguendo.

- Ele não vai aguentar por muito tempo. - Pensou Valquíria.

Mais a frente, a bruxa que olhava para as partículas de areia se movendo, ignorou-as e seguiu andando.

Mas de repente, a areia ganhou vida e saltou como correntes, amarrando suas mãos e pés.

Imobilizada, Safira percebeu Valquíria se aproximando pelo alto.

A vassoura da bruxa avançou em direção a coruja que se esquivou.

Ela fez o contorno e voltou a viajar em direção a Valquíria.

Os gigantes também se viraram para Valquíria e Safira e passaram a marchar ignorando Babar.

- Mas o que é isso? Aonde vocês vão. VOLTEM AQUI!! EU AINDA NÃO ACABEI COM VOCÊS!!

Ele usou de mais poder e a areia soterrou os pés dos gigantes que tombaram, mas não todos. Alguns continuaram a seguir em direção a coruja.

Valquíria, pressentindo a marcha dos gigantes, e a aproximação da vassoura, lançou seu grito estridente.

O som tornava a resistência da bruxa mais difícil, mas Safira sabia que para emitir o som, Valquíria precisava diminuir a velocidade. Então ascendeu os seus olhos e a vassoura se incendiou e passou a ir de forma mais veloz, como um meteoro em direção a coruja.

Mas após um flash de luz, Safira viu Valquíria passar a sua frente, sem saber de onde ela tinha vindo, e seguir voando até pousar a sua frente.

Sem entender nada, Safira olhou para seu abdome onde havia um buraco.

Valquíria havia atravessado por dentro da bruxa.

Em seguida veio a vassoura que ao passar pelo mesmo arrombo, fez a bruxa pegar fogo instantaneamente. 

Todos os gigantes viraram areia e se dissolveram ao vento.

Babar, exausto, apenas observava a bruxa em chamas e a coruja, ambas um tanto distante.

O fogo se extinguiu e o corpo de Safira foi restaurado.

A vassoura voltou a sua mão.

Ela olhou para Valquíria.

- Você lançou o grito instantes atrás. Quando eu fui atingida, você já estava em movimento. Viajou em velocidade mais rápida que o som para me atravessar. Você e seus amigos são quase admiráveis.

- Chega de conversa bruxa, qual o castigo pela sua quinta derrota.

Safira gargalhou e sentou em sua vassoura, flutuando.

Sorriu e disse:

- O que você mais ama na vida, coruja?

Os olhos de Valquíria ficaram trêmulos.

Ela começou a chorar.

- Não... isso não, por favor. Safira, mate a mim, mas deixe-o

Ao longe Babar ainda aguardava. Mas subitamente, começou a sentir uma dor desesperadora em seu coração.

- Aaaaaaah!! Aaaaaaaah!! O que está acontecendo?

Valquíria avistou Babar se ajoelhar em suas patas, seguiu suplicando.

- Safira, por favor, eu lhe imploro, eu faço o que você quiser. - E se ajoelhando, continuou. - Eu desisto de lutar com você. Eu prometo que vamos embora, mas por favor.

- Tarde demais amiga penosa.

- Aaaaaaaaaahh!!

Babar desabou.

- Nãaaaaaaaaaao!!!

Gritou Valquíria e voou até onde ele se encontrava.

Pousando sobre ele, tentava reanimá-lo, sacudia-o. Em vão.


***


No Mundo Fafito, Marina tinha um mal preságio.

- ¿Está usted en general está bien?

- Juanito, é muito estranho. Eu sei que nossos reis partiram junto de Excalibur, Shura e seu irmão Dragon, além do rei dos sapos e três de seus soldados. Mas eu não consigo me lembrar dos nomes ou rostos dos reis,

- Ahora que lo mencionas, también no puede recordar. ¿Alguna vez hace mucho tiempo que eran?

- Não parece que faz muito tempo. O mais estranho é que eu gosto muito do rei.  - Risos- Eu acho até que tenho sentimentos românticos. Mas não consigo me lembrar dele.

- Creo que tengo sentimientos por la Reina. Pero no, no es romántico.

A general Marina olhou para Juanito e disse:

- Seu tarado.

- Qué? Pienso que las mujeres fuertes atractivo.

- Não acha estranho não lembrarmos dos rostos deles e de quem são? Quero dizer, como vamos saber quando voltarem?

- Este será un problema. - Respondeu o coelho e se levantou.

- Dispara a algo. Armas de fuego, cuando no se utiliza, sólo se oxide.

- Bons tiros então. Eu vou ver se esse estado de amnésia também atingiu Kanon e Saga.

Juanito, enquanto caminhava, encontrou com Efito.

- Hermano !! Dónde has estado?  ¿Pero cuáles son estas lesiones?

- Juanito! Bom te ver! - Disse o lobo o abraçando. - Estou procurando Excalibur. Foi ele quem causou estas lesões.

- Maldita sea !! - Disse Juanito e sacou as armas. -  Vamos a ir después de este hijo de puta.

- Calma Juanito, ele realmente não vale nada. Mas na verdade eu o provoquei, enfim. Agora eu preciso da ajuda dele.

- Ayuda a este desafortunado? Para qué?

- Tenho uma lista de compras. Um dos itens pertence a família Excalibur. Acho que ele poderá nos ajudar a consegui-lo. Pode ser do interesse dele.

Juanito balançou a cabeça em sinal de negativo.

- No estoy de acuerdo, pero si digo que es la única manera entonces puede contar conmigo.

- Ótimo, partimos amanhã.

Enquanto isso, Marina sentia um mal súbito.

Saga e Kanon se aproximaram para acudi-la:

- General, você está bem?

- Ai eu não sei. Senti um aperto no coração. Acho que algo de ruim aconteceu com o rei.

Capítulo 29#

Safira, de pé e intacta como sempre, falou:

- Vocês podem me atingir quantas vezes quiserem. 

Só me derrotaram uma vez. Bruce, Babar e Valquíria. Reis de seus reinos. Lutaram para criar um lugar onde simplesmente pudessem ter poder, súditos. Patéticos. Nem sequer são os mais fortes e tiveram os mais fortes sobre as suas ordens.

Pois eu lhes tomo a coroa. Seus rostos, suas memórias, a partir de agora são desconhecidos. Quando voltarem aos seus reinos, se voltarem. Ninguém saberá quem são vocês. Não são mais ninguém.

- HA! HA! HA! HA!

Todos olharam para Bruce, que ria sem parar.

- É ESSE SEU CASTIGO? VOCÊ ESTÁ PERDENDO O JEITO.

- Tem razão, cara de sapo. Eu sei o que você e Babar mais amam nessa vida. - Disse a bruxa e olhou para Valquíria.

Em pânico, Babar gritou:

 - Valquíria!! Cuidado!!


O MUNDO FAFITO

De repente, trapos que enrolavam o cabo da vassoura que Valquíria segurava ganharam vida e se prenderam as patas da coruja. Em seguida, a vassoura apontou para o abismo e começou a ir em sua direção a uma incrível velocidade.

Babar correu, tomou impulso e saltou em direção a Valquíria:

Ele acertou-lhe uma cabeçada e as amarras se rasgaram.

Valquíria caiu do outro lado da fenda, aturdida com a pancada. O elefante e a vassoura caíram no abismo.

- BABAR!!! - Gritou Bruce e saltou na fenda atrás do rei.

A vassoura subiu do buraco e foi parar na mão de Safira.

- Dois coelhos... Nada mal. - Disse ela sobre Babar e Bruce terem caído no buraco. Montou em sua vassoura e saiu gargalhando.

Dragon e Shura olharam um para o outro.

Valquíria, atordoada, tentava se levantar.

- Ai... não.

Enquanto isso, Babar despencava no abismo.

Toda a sua vida passava sobre seus olhos como um filme.

Mas ele estava feliz pois morrer por sua amada fez sua existência valer a pena.

O marasmo de Babar só foi quebrado quando ele viu uma sombra se aproximando.

- LÁA VOU EEEEEEEEEEEEEEEU!!

Bruce se chocou com Babar e os dois passaram a cair mais rápido ainda.

- Ai!! Bruce?

- E  AI BABAAAAAAAAAAR!! QUE ME CONTA DE NOVO?

- O que está fazendo aqui?!! Ai!! - Gritava o rei quando se chocava com uma estalagmite. Subia alguns centímetros e continuava a cair.

- BABAR, NÃO TEMOS MUITO TEMPO PARA DESPEDIDAS. MAS EU GOSTARIA DE DIZER QUE SEMPRE O ADMIREI POR SUA HONESTIDADE, BONDADE E SENSO DE JUSTIÇA.

Babar continuava a cair, com os olhos lagrimejantes. A escuridão era quase total, eles só avistava uma fenda branca lá em cima enquanto despencavam. A outra coisa visível eram o brilho dos olhos molhados de Bruce, que falava:

- VOCÊ É UM GRANDE HOMEM, BABAR. O MELHOR AMIGO QUE JÁ TIVE. E O MELHOR REI QUE JÁ CONHECI. VOCÊ MERECE VALQUÍRIA MAIS DO QUE NINGUÉM.

POR FAVOR. FAÇA-A FELIZ.

- Bruce... - Sussurrava Babar quando Bruce atacou:

- ULTIMO COLAPSO COAXAR!!! MAAAAAAXIMOSSSS!!!

O fantástico ataque atingiu Babar em cheio e foi o levando para cima com toda aquela energia.

Do lado de fora da fenda, todos viram Babar subir até onde a vista se perdia. E começar a cair até se chocar no chão ao lado dos dois dragões.

Esfumaçando e olhando para as estrelas, Babar respirava ofegante.

- Bruce... obrigado.

- Babar!! - Gritou Valquíria voando completamente sem direção até pousar do outro lado do abismo e correr em sua direção.

Ela o abraçou dizendo:

- Meu amor!! - E chorando. - Tive tanto medo de te perder!!

- Eu estou bem... fico feliz por você também estar.

Ela o abraçou sorrindo. Após alguns segundos, ela contemplou seu olhar. Em seguida perguntou:

- E Bruce?

O rei fechou os olhos e apenas balançou a cabeça em sinal negativo.

Shura e Dragon se aproximaram.

- Babar... eu sinto muito por tudo. Mas eu e Dragon não podemos mais continuar com isto.

- Como é? - Perguntou Valquíria indignada.

- Estamos caminhando em direção a nossa morte. E sem motivo nenhum. - Disse Dragon.

- Sem motivo? Olha o que essa puta fez com a gente!!

- Eu entendo rainha, mas o que Dragon quer dizer é que, quando estávamos nos defendendo, fazia sentido lutar. Mas seguir nessa cruzada apenas por vingança... Será que nossas vidas são menores do que nossa honra. Diga-nos o que preferem realeza, viver tendo sido derrotados e poder mudar isso algum dia, ou morrer por não poder viver com essa derrota?

- Vocês dois são dois covardes e...

- Valquíria. - Disse Babar contendo-a: - Deixe-os. Eles tem esse direito. Já fizeram muito por nós.

- Mas...

Shura e Dragon se enrolaram um no outro em um movimento espiral e desapareceram no céu.

O sol estava nascendo.

Babar e Valquíria agora estavam sozinhos, fisicamente, psicologicamente e espiritualmente abalados, exaustos e derrotados.

Os dois caminhavam agora por um deserto. A montanha tinha ficado para trás.

Babar caminhava com passos pesados naquele sol escaldante.

Valquíria estava pousada sobre suas costas.

O vento carregava a areia e mas não amenizava o calor.

- Meu bem... é melhor parar para descansar.

- Eu só vou descansar quando vencermos nosso inimigo.

- Eu sei querido, mas talvez Shura tenha razão.

Neste momento Babar parou e Valquíria desceu a sua frente.

- Como assim? Você ficou louca de raiva quando ele disse que desistiria.

- Eu sei. Mas Bruce morreu. Excalibur perdeu o seu poder e Shura e Dragon também já partiram. Será que vale realmente a pena tudo isso?

Babar fica em silêncio por alguns instantes. Em seguida começa a andar e deixa Valquíria para trás.

- Você pode desistir também se você quiser.

Ela respira fundo. E o segue.

Após algumas horas, Babar não conseguiu mover uma de suas patas, trêmulas. Então desabou.

Valquíria olhou para trás.

- Babar.

- Mas que criaturinhas persistentes. - Disse Safira, parada metros a frente, observando-os.

- Você!! - Disse Valquíria em posição de ataque.

- Digam-me. É tão importante assim para vocês me derrotarem?

- Só faltam três vezes - Avisou a coruja e sorriu.

- Estou cansada de vocês. Se pudesse os matava agora.

Valquíria e Babar se olharam. Ele se levantou.

A bruxa começou a ir embora caminhando.

- Ei, espere!! Disse Babar, mas avistaram a silhueta de criaturas gigantes.

Diversos gigantes de pelúcia se aproximavam até se tornarem visíveis.

Seus passos faziam imenso estrondo, mesmo em um chão de areia.

Babar os olhava serenamente.

- Meu bem... - Dizia Valquíria preocupada.

- Eu estou farto de tudo isso!! EU ESTOU CANSADO DESSA BATALHA!!

Babar começou a acumular energia em seu corpo, mudando o vento ao seu redor, e fazendo partículas de areia flutuarem.

- PRA MIM CHEGAAAAAA!!

Gritou o elefante e partiu em velocidade contra o exército de gigantes.

- Espere Babar!!




terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Capítulo 28#


- Como será que nossos amigos estão se saindo? - Perguntou Kanon olhando para o horizonte.

- Já se passaram três dias. - Comentou Saga.

- Y ningún enemigo vino a reunirse con nosotros. Qué aburrimiento. - Lamentou-se Juanito.

Marina suspirou e disse:

- Eu espero que bem. Do contrário, eu não sei o que mais podemos fazer.

Olhando para Juanito, ela lhe perguntou:

- Ei coelho, onde está Efito?

-  No lo sé. El lobo es un tanto excéntrico.

Longe dali, Efito conversava com a Fada.

- Tudo isso?

- Sim lobinho, estes são os itens para fazermos o feitiço de procriação do Mundo Fafito. Tudo que se morreu aqui retornará a vida e pode ser que até mais criaturas surjam por seu espírito fértil. Não seria o máximo. - Disse a bela fada com um sorriso no rosto.

- Tá mas... essas coisas são um tanto difíceis de se conseguir. Vamos lá, quem disse que existe Fênix?

- E quem disse que não existe. Precisamos de uma pena. Precisamos dos cinco elementos, fogo, água, terra, madeira e metal.

- Tá, também tem ossos de humanos representando a terra.

- Isso mesmo.

- Humanos... extintos?

- É verdade bobinho, mas devem haver ossos deles em algum lugar.

- Devem?

- Ei! Não me culpe. Não fui em quem fiz a lista.

- É eu to vendo que isso vai dar mais trabalho do que eu imaginava.


***


- Ela vem e volta. Por que? - Perguntou Shura

- Talvez ela esteja se deixando vencer para nos enfraquecer. - Respondeu Dragon

- Não, não deve ser isso. Eu acredito que ela não tenha poder suficiente para derrotar todos nós. A ideia de Babar parece boa, aquela sobre ela ter que recarregar a energia.

- A sua também não é nada ruim. Ela disse que toda vez que é derrotada, fica mais forte. Então pode estar se deixando derrotar para que ela mesma tenha mais poder.

- A VADIA SÓ ESTÁ BRINCANDO CONOSCO. - Comentou Bruce, dando risada. - E VALQUÍRIA, AINDA NÃO ACORDOU?

- Não. Foi um tiro e tanto.

- ELA NÃO É A MAIS PODEROSA ENTRE NÓS.

- Pode ser. Mas graças a ideia dela nós derrotamos a bruxa na segunda vez. Excalibur era o meu ministro de guerra. Ele poderia ajudar a desenvolver nossas táticas.

- TUDO QUE EXCALIBUR SABE FAZER É BATER E FALAR MUITO. SÓ VOCÊ PRA ACHAR QUE AQUELA BESTA PODERIA DESENVOLVER TÁTICAS DE BATALHA.

Babar faz cara de bravo. Shura pergunta a Bruce:

- O que você disse a ele para fazer com que desistisse de vir conosco?

- ELE CHAMOU MEUS SAPOS DE ESTORVO. EU DISSE A ELE QUE O ESTROVO AGORA ERA ELE.

Dragon caiu na risada.

- Ha! Ha! Ha! Ha! Mandou bem!!

- Ai minha cabeça,,, - Disse Valquíria despertando. - O que aconteceu? Espera... Bruce seu idiota!!

- O QUÊ? NÃO TENHO CULPA DE VOCÊ SER TÃO LENTA.

- É melhor você calar essa sua boca mole! - Rosnou Babar.

- MINHA BOCA É MOLE? - Perguntou Bruce. Em seguida olhou para Valquíria e disse: - TEM GENTE QUE GOSTA. 

Babar correu em sua direção e encostou suas presas no papo de Bruce.

- Mais uma palavra e eu cravo elas em você.

- Ei vocês dois! Já chega!! - Interrompeu-os Shura.

- É, ela nem é tão gostosa assim. - Brincou Dragon e todos olharam pra ele. - Que foi? Eu disse nem tão gostosa.

- Vamos voltar a nos concentrar. Onde está Excalibur?

- Ele derrotou a bruxa, Valquíria. E ela tirou o poder dele.

- Verdade? Caramba. - Surpreendeu-se a rainha. - O que vamos fazer agora?

- Estamos desenvolvendo a teoria de que ela precisa recarregar antes de atacar novamente. Então se emendarmos um ataque no outro, podemos ter uma chance. - Disse Babar andando de um lado para o outro.

- Um ataque seguido do outro. Como faremos isso?

- Ainda não sabemos, rainha. - Respondeu Shura.

- Estamos lhe dando com magia. Morgana e Conrado, que falta vocês me fazem. - Lamentava Valquíria.

Um instante de silêncio se fez até que Bruce falasse:

- EI VOCÊ!! SERÁ QUE DAR PARA PARAR DE FICAR ANDANDO PRA LÁ E PRA CÁ? ESTOU FICANDO TONTO SÓ DE OLHAR.

Babar o olha com raiva, mas com um sorriso.

- O recreio acabou galera. A bruxa está vindo. - Avisou Dragon.

Aquela altura, a noite já se encontrava-se perto do fim, a lua os iluminava e eles se estavam em um desfiladeiro.

Safira veio voando na direção deles, freou no ar e ficou flutuando.

- Prontos para desistir?

- Não mesmo. Já sabemos que você desaparece para recarregar suas energias. - Gritou Babar para ela.

A bruxa fez cara de dúvida e em seguida gargalhou.

- Acham mesmo que preciso me recompor? A ausência que faço causa mais estrago do que se os derrota-se agora. Ou será que não estão pensando: Será que sou eu o próximo a ser letalmente atingido pela maldição do retorno.

- DESSA VEZ A GENTE VAI DEIXAR VOCÊ FICAR COM O TROCO.

- RES-PLEN-DOR!!! - Atacava Shura e tudo se iluminava com um branco incandescente.

- Separem-se!! - Gritava Valquíria.

Quando a luz se dissipou, somente Bruce estava parado sorrindo.

Safira passou a olhar para os lados, procurando os outros, quando Bruce começou a lançar bolas aquáticas como uma metralhadora!!

Ela se protegia com o braço, mas começou a fugir e as bolas foram-a seguindo. Até que deu de frente com Babar que atirava bolar de ar com a tromba.

Safira também desviou e voava pra cima quando foi interceptada por Valquíria.

- Grito da coruja!!

E abriu o bico ecoando um grito estridente e ensurdecedor.

- Aaaaahh - Gritava Safira e lançando um raio de magia disse: - Ca-le a BOCA!!!

Valquíria foi atingida e parou de gritar. 

Mas foi o tempo de Dragon aparecer em sua frente, após um salto e olhando em seus olhos disse:

- Olá bruxa? Pronta para... PETRIFICAR!!

A bruxa foi se tornando pedra, mas conseguiu se libertar e chutou Dragon que caiu de volta no chão. 

Sua distração permitiu Valquíria se aproximar, cravar as garras na vassoura e puxar.

Safira caiu no chão e foi cercada pelos quatro cantos por Babar, Dragon, Shura e Bruce.

- Não ataquem ainda!! Esperem eu mandar!! - Gritava a coruja lá de cima, batendo suas asas sem sair do lugar.

- Quando foi que ela começou a dar as ordens por aqui? - Disse Dragon, incomodado.

- Quer viver, meu irmão. Ouça o que esses caras tem a dizer. Ninguém entende mais de sobreviver do que os mortais. - Respondeu-lhe Shura.

Safira olhou para eles e falou:

- Vamos!! Ataquem!! Qual terrível castigo vocês terão ao fazerem isso? Ha! Ha! Ha! Ha!

- SEJA O QUE FOR... VALE APENA A SATISFAÇÃO DE TE MATAR!!  ÚLTIMO COLAPSO COAXAR!!

- Terremoto!! - Gritou Babar levantando as patas e as batendo no chão criando uma falha que foi se dirigindo até ela.

- Haaaaaaaaa!! - Shura e Dragon atacaram com fogo e plasma.

Uma explosão aconteceu!!

Após alguns segundos, quando a fumaça começou a diminuir, Safira levantou e começou a falar:

- Muito bem... agora...

Mas foi interrompida por Bruce:

- DE NOVO!!

- Aaaaaaaaaaaaaaaaah!!

BOOOOOOOM!!!

Os quatro atacaram de novo e mais uma explosão aconteceu.

Safira já estava afundada nas rochas e com o desnível que as explosões causaram.

- EU FALEI PRA ESPERAR!! - Gritou Valquíria irritada!.

- VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!!-  Respondeu Bruce.

- Rápido, ela se mexeu!! - Alertou Dragon.

- Aaaaaaaaaaaaaaaah!!!

E todos atacaram novamente.

- JÁ CHEGA!! 

Gritou Safira e todos foram jogados pra longe por uma força inexplicável.

Safira, de pé e intacta como sempre, falou:

- Vocês podem me atingir quantas vezes quiserem. Só me derrotaram uma vez. 

Ela passou a mão nos cabelos e colocou a mão nas costas, reclamando coisas que ninguém podia entender.

- Vocês... Bruce, Babar e Valquíria. Reis de seus reinos. Lutaram para criar um lugar onde simplesmente pudessem ter poder, súditos. Patéticos. Nem sequer são os mais fortes e tiveram os mais fortes sobre as suas ordens.

Babar se levantou e argumentou:

- Nos seguem pelo respeito que temos, pela liderança que exercemos. Somos reis sim, mas somos amigos de nosso povo, somos justos e tudo o que fazemos é por eles, por nosso reino.

- Pois eu lhes tomo a coroa. Seus rostos, suas memórias, a partir de agora são desconhecidos. Quando voltarem aos seus reinos, se voltarem. Ninguém saberá quem são vocês. Não são mais ninguém.

- HA! HA! HA! HA!

Todos olharam para Bruce, que ria sem parar.

- É ESSE SEU CASTIGO? VOCÊ ESTÁ PERDENDO O JEITO.

- Tem razão, cara de sapo. Eu sei o que você e Babar mais amam nessa vida. - Disse a bruxa e olhou para Valquíria.

Em pânico, Babar gritou:

 - Valquíria!! Cuidado!!






Capítulo 27#

Por muito tempo, Excalibur foi uma exceção; 

Em um mundo em que todos os dragões eram imortais, ele era o único a não ser. O único a ser mortal como qualquer outra criatura, uma vergonha para todos os dragões. 

Isso o levou a um trajetória de lutas em busca pelo poder. Dia a pós dia, Excalibur treinou, lutou, derrotou inúmeros inimigos, e até roubou poder alheio para se tornar mais forte. Pois por ele, poderia até ser morto, mas quem o quisesse morto iria ter muito trabalho para conseguir faze-lo.

Mas tudo mudou neste momento.

Shura e Dragon, dois dos mais poderosos dragões do mundo das famílias de Ouro, sua mãe, e de Paus, o seu pai, por uma maldição da bruxa Safira, acabaram de perder sua imortalidade.

E agora, Excalibur não consegue esconder a sua satisfação.

- Pode tirar esse sorriso do rosto Excalibur. Nossos amigos estão sofrendo muito. - Disse a ele Valquíria.

- Então agora entendem como eu sofri a minha vida inteira. - Risos. - Vamos, não tem por que ficarmos perdendo tempo aqui.

- Shura. Você tem condições de prosseguir? - Perguntou Babar.

Ele respirou fundo, indignado.

- Que inimigo terrível. Mesmo quando vencemos... nós perdemos. Tudo bem, mas... nós temos que tentar encontrar uma maneira de derrotá-la de uma vez por todas.

- Mas como Shura?

- EU NÃO SEI!! - Gritou ele com os olhos arregalados. Mas suspirou e disse: - Eu não sei.

- Maldita, maldita, maldita!! Quem é essa mulher? - Dizia atordoado Dragon. Até que olhou para Excalibur e meteu sua garra no pescoço dele: - E você seu desgraçado!! Dá pra tirar esse sorrisinho do rosto ou eu vou ter que tirar pra você.

- Ha! Ha! Ha! Ha! Tira essa pata imunda de cima de mim!! - Disse ele, arrancando a mão de Dragon de si. Seguiu andando, parou, virou-se e curvou-se: - Bem vindo amigos, ao mundo dos mortais!!

Shura e Dragon estavam muito irritados. E Excalibur não os estava ajudando. 

Eles seguiram subindo até um vale de pedras. 

Era um cemitério. 

Esqueletos e ossos de diversas criaturas jogados por toda parte.

Dragon parou e observou aqueles ossos.

Nunca tinha lhe passado pela cabeça que um dia se tornaria uma carcaça. Que um dia apodreceria. Seus olhos se encheram de lágrimas e de medo.

Ele se assustou quando Shura lhe pôs a pata sobre o ombro. Mesmo sereno, Shura compreendia bem os sentimentos do irmão, afinal estavam na mesma situação.

Babar parou ao lado de Valquíria.

- Belo plano na nossa última batalha.

- Obrigada Babar. Sempre trabalhei de perto com seus ministros de exército, primeiro Excalibur, e agora Marina. Aprendi bastante coisa.

Eles permaneceram olhando um para o outro até que um rasante passou sobre eles.

- HA! HA! HA! HA! HA!

Gargalhou a bruxa passando por cima deles e se distanciando em sua vassoura.

- Eu vou atrás dela!! - Disse Valquíria e saiu voando.

- Eu também vou!! - Gritou Excalibur e saltou.

A perseguição aérea continuou, até que Safira sobrevoou o local onde estavam Babar, Bruce, Shura e Dragon e lançou bombas sobre eles.

Em meio a fumaça, Bruce se irritou e cuspiu bolas de água.

Os tiros passaram por Safira e por Excalibur, mas atingiram Valquíria que gritou e caiu.

- Seu idiota, o que você fez?! - Gritou Babar e correu em direção aonde tinha caído a coruja.

Bruce ficou  assustado e o seguiu.

Lá em cima, Excalibur estava enfrentando a bruxa.

- Você é muito veloz.Pode escapar de um corte viajando na velocidade da luz. Mas poderá escapar de:
TRÊS MIL EXCALIBUUUUUUUUUUURRRSS!!!!!!!!!!!!!

Safira olhou para trás em pânico mas não pode fugir do ataque.

Foi sendo estraçalhada por todos aqueles cortes, um após um, cortando-lhe braços, pernas fora do corpo, diversos cortes lhe atravessaram, enquanto aquelas foices vinham e sua direção.

TOF!!

Ela desabou bem em frente de Shura e Dragon, ensanguentada em meio aos diversos ossos que estavam ali.

Os dois dragões ficaram perplexos olhando para ela.

De longe, Excalibur, exausto, gritava:

- NÃO PERCAM TEMPO!! ACABEM COM ELA!! NÃO VEEM QUE AINDA RESPIRA?

Shura e Dragon olharam um para o outro e em seguida para a bruxa que, com seu único braço, levantou-se o suficiente para olhar em seus olhos e dizer:

- Vamos... matem-me para ver o que acontece com vocês!! Já perderam a imortalidade... o que acham que irão perder dessa vez?

Seus corpos tremiam e suavam. Dragon desabou de barriga olhando nos olhos da Bruxa. Shura permaneceu de pé mas virou a face. Não podia encará-la. Talvez aqueles dois jamais tivessem sentido tanto medo na vida. Não eram capazes sequer de se mover.

- EEEEEEEEEEEXXXXXXXXCALIBURRRRR!!!

Gritou Excalibur pousando sobre o corpo da bruxa, cortando-lhe a cabeça fora.

De cabeça baixa, ele levantou o olhar para os dragões. Saindo de cima de Safira, furioso, foi em direção a eles:

- Seus COVARDES!! Quase perdemos a chance de matar essa vadia por culpa de vocês.

- O que está acontecendo? - Perguntou Babar com Valquíria em seu dorso, se aproximando com Bruce.

- VOCÊS A MATARAM?! - Perguntou Bruce, surpreso.

- Eu a matei!! EU!! Por que esses dois viados ficaram aí olhando pra cara dela sem sequer mexer uma pata.

- Me desculpe Babar... Eu não consegui. - Lamentou Shura.

- Ficamos com medo de perder nossas vidas. - Continuou Dragon.

- Vão pro inferno com a vida de vocês!! Eu, Bruce, Babar, Valquíria, somos todos mortais aqui. E acha que ficamos com medo de perder nossas vidas? Claro que sim!! O que fazemos é viver cada dia como se fosse o último. Lutamos, vencemos, assim nós vivemos!!

Todos ficaram em silêncio após as palavras de Excalibur. Alguns por apoiaram-nas, outros por se envergonhar delas.

Mas o que ninguém esperava era que Safira surgiria montada e flutuando em sua vassoura, intacta, sem nenhum resquício de sangue ou partes faltando em seu corpo.

Excalibur estava de costas para ela e via o olhar incrédulo de todos a sua frente.

Ela falou:

- Ser mortal dá medo sim. Medo de tudo acabar. Diversas crenças dizer que há algo depois da vida. Mas a verdade é que ninguém sabe. A única certeza que temos é que a vida  deve ser aproveitada com se fosse a única. Ter medo de morrer não é um problema. Causar medo nos outros sim. Você acha que é invencível por causa do seu poder e por ser uma criaturas mais poderosas do universo, e que isso te torna praticamente imortal. Pois bem, Excalibur. Vamos ver como você se vira sem ele.

Ela foi embora depois disto.

Mas Excalibur não disse uma única palavra.

Super velocidade, força, fogo... ele era apenas um animal qualquer agora.

- Um dragão que não cospe fogo? Você está sempre na desvantagem hem Excalibur? - Satirizou Dragon passando por ele e sussurrando ao seu ouvido.

- Todo mundo aqui é mortal Excalibur... Não fique com medo. - Disse Shura também passando por ele.

- Eu sinto muito. - Falou Babar, se virando e seguindo com os dragões, com Valquíria ainda inconsciente a suas costas.

Bruce se aproximou e disse enquanto o dragão ainda estava paralisado.

- VOCÊ PODE NOS SEGUIR, MAS AGORA ESTÁ TÃO VULNERÁVEL QUANTO UMA GALINHA. E EU ACHO QUE SÓ VAI ATRAPALHAR SE NÓS TIVERMOS QUE NOS PREOCUPAR DURANTE A BATALHA EM SALVAR O SEU PESCOÇO. A BRUXA TINHA RAZÃO, EXISTEM COISAS PIORES DO QUE A MORTE. MAS AGORA EU SEI QUE TODOS OS SAPOS QUE VOCÊ MATOU... SE SENTEM VINGADOS.

O sapo também seguiu com os outros quatro.

Quando já não podiam mais avistar Excalibur, ouviram um grito seu desesperado:

- Nãaaaaaaaaaaaaaoooooooooooo!!!

Babar parou e apenas fechou os olhos. Lamentou pelo amigo. Seguiu andando com os sorrisos irônicos de Shura, Dragon e Bruce.

Lá atrás, Excalibur chorava desabado olhando para suas patas e enxergando poder algum.

- Não... isso não pode ser possível.... por que? - Choro.

- Todo o poder que eu acumulei a minha vida inteira... está acabado.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Capítulo 26#

Amanheceu e Bruce continuava olhando para o horizonte.

Ele recusou-se a trocar de turno e passou a noite inteira acordado.

Excalibur também não quis dormir, mas permaneceu recolhido para poupar energia.

A verdade é que ninguém conseguiria entrar em sono profundo naquele lugar. E quem o fez, acordou desesperada com terríveis pesadelos. 

Valquíria teve sonhos com a morte de Liah diversas vezes. Acordou suada e ofegante. 

Babar, sempre acolhedor, apenas a observava de longe a cada despertar.

Antes nove, agora eram seis. Mas era hora de seguir em frente.

Entraram em uma floresta. O céu ainda cheio de nuvens, permitia que a luz chegasse a eles, e a névoa foi ficando bem menos densa a medida que o dia caminhava para a sua metade.

- Isso é muito estranho. Não há habitantes aqui. - Comentou Babar.

- Eu acho que matamos todos. - Disse sorrindo Excalibur.

- Eu não tenho certeza se isso é uma coisa boa. Estou com uma sensação estranha de estar sendo vigiado o tempo todo. - Respondeu Dragon.

- Eu vou levantar voo e ver o que consigo avistar nessa névoa.

- Ok. Mas tome cuidado. - Disse o rei, rapidamente se tocando que estava demonstrando preocupação com Valquíria e ficando corado.

Valquíria sorriu, batendo suas asas e ganhando altitude.

Shura se aproximou de Babar.

- O senhor tem que parar com isso, meu rei. Seja lá a injúria que ela tenha te causado, já faz muito tempo. E todo esse tempo ela esteve firme ao seu lado.

Babar suspirou e disse:

- Não se meta nisso Shura. A mais do que você e todos aqui tem conhecimento. Aliás, quase todos. - Respondeu olhando para Bruce.

De repente!! Valquíria cai no chão com uma velocidade assustadora, levantando terra e fazendo um enorme barulho. 

Todos olharam pra cima.

Vários raios de energia começaram a cair como uma chuva de meteoros atingindo os mais distraídos.

Babar levou uma na cabeça, Bruce também. Excalibur e Shura se desviaram das primeiras, mas elas não paravam de cair. 

Subitamente, elas começaram a vir de dentro da floresta e atingiram Dragon e Shura pelas laterais.

Excalibur escapava mais uma vez e falou:

- Sou rápido demais pra você velha gaga!!

Permaneceu olhando em todas as direções, tão rápido quanto podia, ofegante, enquanto os outros membros da equipe tentavam se levantar, aturdidos.

Quando ele mal pode perceber, um raio de energia super poderoso partiu de dentro da terra o jogando para cima com violência.

- Aaaaaaaahhh!!

Todos estavam de pé quando Excalibur caiu de costas no chão, gemendo.

Respirando fundo, Valquíria comentou no mesmo tempo em que todos procuravam ficar próximos, um de costas para o outro, formando um círculo:

- Ela não tava brincando quando disse que ficaria mais rápida.

- Vamos ficar juntos. - Disse Babar.

- QUE BOM QUE VOLTOU VADIA!! ESTAVA ME PREPARANDO PRA VOCÊ.

- Mesmo? Vamos ver o quanto está preparado então. Ha! Ha! Ha! Ha! - Disse Safira sem se saber de onde vinha sua voz, ou sua tenebrosa gargalhada.

Eles começaram a ser atacados de todas as direções.

De um lado, do outro do rosto, no abdome, nas patas e caiam de cara ou de costas no chão.

- Isso tá ficando feio. - Disse Babar, aos gemidos. 

- LEVANTEM-SE E ATAQUEM TUDO QUE SE MEXER.

Eles começaram lançar ataques aleatórios em várias direções.

Foi então que de repente a terra tremeu, e um enorme raio os atingiu e lançou todos para cima.

Enquanto estavam no ar, Safira atacou um por um e foram todos caindo como misseis no chão, um distante do outro, criando enormes explosões.

No chão, enquanto a poeira baixava, Shura se comunicava telepaticamente com Dragon e Excalibur.

"Mas como isso é possível. Nossos ataques não estão nem a arranhando."

"Esta é uma adversária irritante." - Comentou Dragon ao mesmo tempo que se levantava, com dificuldade.

"Meu ataque Excalibur viaja quase a velocidade da luz, mas nem mesmo isso está funcionando."

"Nós aguentamos o tranco. Mas os outros três não vão resistir por muito tempo."

"Olhe meu irmão, não podemos fazer nada quanto a eles. Como Excalibur disse, estes são um estorvo, e quanto antes nos livrarmos deles, melhor."

"Estão enganados amigos." Disse Shura chamando a atenção de Dragon e Excalibur. Continuou: "A bruxa já fez três de nós desistirmos. Quantos acham que chegaram a sétima vitória? Precisamos deles para serem derrotados por nós."

As palavras de Shura surpreenderam os outros dragões. Pois dele, Shura, nunca se esperava nada de mal. Era óbvio que a situação envolvia tamanho risco, que cada um estava pensando mais em si do que nos outros.

- Hei Babar, Valquíria, Bruce, como estão? - Gritou Shura.

- Ai... mal. - Respondeu Valquíria se levantando.

- Eu já estive melhor. - Completou Babar, se limpando da terra com a tromba. - Ela parou de atacar. Deve estar recuperando a energia... ou esperando para ver se desistimos.

- NUNCA DESISTIREI DE MATAR ESTA VADIA!!

- Claro, sua determinação está ajudando pra caramba. - Comentou Babar.

- E VOCÊ TEM UMA IDEIA MELHOR... REI? - Perguntou Bruce com raiva e ironia.

- Calma vocês dois. Precisamos de um plano. - Disse Shura se aproximando.

- Mesmo? Eu estou esperando. - Satirizou Dragon.

Shura respirou fundo. Olhou em volta e disse:

- Precisamos diminuir o poder dessa bruxa. Pelo menos a velocidade. Aí então poderemos atacar.

Ficaram todos pensativos. Até que Valquíria falou:

- Dragon!!

Dragon olhou para os lados, fez cara de dúvida.

- Quando enfrentamos Dragon e os sapos, ele lançou uma áurea densa que diminuiu todos os nossos poderes e aumentou os dele. Isso pode funcionar aqui também.

Babar ficou pensativo. Respondeu:

- Pode funcionar!!

- Mas se essa áurea atingir a Safira, também nos enfraquecerá. Como iremos atacá-la? - Perguntou Excalibur.

- A áurea de Dragon atingia os sapos de forma positiva. Bruce poderá atacar.

- Parece interessante. Bruce?

- EU TEREI MUITO PRAZER EM ACABAR COM ESSA MALDITA.

- Ótimo, vamos tentar isso então. Aos seus postos. Vamos aguardar ela aparecer novamente. - Disse Shura e todos o seguiram.

Apenas o sons do vento e das árvores se movendo ocuparam o ambiente por algumas horas.

Eles pareciam imóveis.

Excalibur pensava na conversa com o pai quando levou um ataque com plasma na face.

- Arrrrrr.... AGORA DRAGON!!

- Certo!! VÉU AMOLDIÇOADO!!

Todo aquele pesar se fez presente e todos sentiram o corpo pesado e exausto.

A fadiga tomava conta e, como eles contavam, Safira também ficou mais lenta.

Bruce ficou a espreitar até localizá-la:

- TE ACHEI!! ÚLTIMO COLAPSO COAXAAAAARR!!

Uma explosão, e tudo ficou embranquecido.

O estrondo deixou sem conseguir ouvir por algum tempo.

Quando a claridade se dissipou, Bruce estava ofegante e ansioso.

- Parabéns sapão!! Dessa vez nem capa da bruxa sobrou. - Reconheceu Excalibur.

Dragon desfez o véu assim que Bruce atacou.

Alguns instantes se passaram e Safra não apareceu.

Um sorriso ensaiado no rosto dos guerreiros logo se tornou realidade e eles passaram a comemorar.

Até Bruce, mal humorado sempre, e Shura, sempre sereno, sorriram.

Cedo demais....

- Seus malditos...

O sorriso de Valquíria e Babar se desfez. Excalibur continuou sorrindo de forma irônica:

- Impressionante. - Disse Dragon.

- Vocês se acham invencíveis, claro, não podem morrer. Ou... não podiam?

Eles se entreolham .

- Vamos ver se vocês entendem meu recado agora. - Disse a voz da bruxa e desapareceu.

Dragon e Shura estavam em choque.

- Shura? Você está bem? - Perguntou Babar e Valquíria lhe chamou a atenção:

- Querido, Dragon...

Ela apontava para Dragon que estava trêmulo e com o olhar paralisado, igual ao seu irmão.

De repente, Dragon gritou:

- NÃAAAAAAAAAAAAOOO!!!!

- N-nós... nós não somos mais imortais...

Babar, Valquíria e Bruce ficaram perplexos com a confissão que Shura acabava de fazer, e diante do desespero de Dragon que começou a cuspir energia em diversas árvores, destruindo tudo, enlouquecido.

- E agora? O que vamos fazer? - Perguntou aflita Valquíria.

- Agora? - Perguntou Excalibur com um sorriso no rosto. - Agora seguimos em frente.