A Batalha começa agora

domingo, 21 de setembro de 2014

Capítulo 20#

"Efito.. Efito... acorde"

"Quem? O que?"

Efito se viu em uma imensidão branca, e a sua frente uma bela fada o despertava.

"Efito querido... Seus amigos correm perigo."

"Você é... espere... A fada do sonho do rei."

"Depressa lobinho... ou será tarde demais."

"Mas quem corre perigo? Liah? Onde ela está?"

"Encontre suas respostas aonde os sapos gostam de coaxar."

- 'Re delirante?

O lobo se levantou com seu amigo, Juanito olhando para sua face.

- Não... acho que não foi um delírio. - Disse ele e olhando para Babar, continuou. - Babar... a fada do seu sonho apareceu em minha mente agora.

- Isso é sério? Em um plano branco?

- Sim, meu rei. Ela disse que nossos amigos correm perigo... no lugar onde os sapos gostam de coaxar. Precisamos fazer alguma coisa.

- Estão todos exaustos, precisamos nos recompor. - Disse Saga.

- Não. O lobo está certo. As corujas devem estar enfrentando dificuldades... Excalibur.

- Esqueça, Babar. Já cumpri minha quota de boas ações do dia. Com sua licença - Respondeu o dragão se retirando.

- Eu vou. - Pronunciou Efito.

Babar fez sinal de positivo. O colho montou sobre Efito e os dois saíram em disparada.

- Shura, Excalibur, e claro, Dragon. Eu preciso agradecer a vocês.

- Ainda não devemos comemorar, majestade. O que está acontecendo é bem maior do que podemos imaginar. Nós precisamos voltar ao Mundo dos Sonhos e continuar nossa investigação. - Disse Shura.

Os leões se colocaram ao lado do rei e começaram a rosnar para Dragon.

- O que estão olhando?

- O que você faz aqui, Sombra da noite? - Questionou Kanon.

- Não pense que iremos acreditar que agora você faz parte dos mocinhos. - Completou Saga.

O rei estava muito entusiasmado com a vitória e procurou conter os leões.

- Fiquem calmo, amigos. Dragon acaba de ajudar a salvar as nossas vidas.

 - Mas a poucos dias esteve aqui no Mundo Fafito para roubar a pedra de Gêmeos e nos enfraquecer, meu rei. - Argumentou um dos leões.

- Sim, isso é verdade também. Mas acredito que você Dragon tenha uma explicação para isso também.

- Meus queridos, só roubei o Quartzo azul por que foi muito divertido. Precisavam ver a cara de vocês sendo atacados logo no seu ponto de defesa. Ha! Ha! Ha!

Os leões voltaram a rosnar em posição de ataque.

Shura os interrompeu:

- Pare de brincadeiras, irmão. Dragon estava sendo controlado por uma força maligna. A mesma que está corrompendo os habitantes do Mundo dos Sonhos nesse momento.

Babar e os leões ficaram surpresos. Era realmente difícil de se crer que um dragão com o poder de Dragon pudesse ser submetido a uma coisa dessas.

Então realmente o que se enfrentava era um inimigo com poderes inimagináveis.

***

Conrado seguiu voando ser coordenação, completamente atordoado, até se chocar com o chão. Lá seguiu rastejando em meio as árvores, perdido e desesperado.

- O que está acontecendo? Por que Morgana nos atacou? O que é essa oração que está em mim? Eu não sinto nada de diferente... só medo e angústia. Parece que eu vou morrer.

Conrado olhava para todos os lados, em pânico, acabou por tropeçar e seguiu rolando um morro abaixo até cair em um monte de destroços.

- Aí!! Que droga...

Observando ao seu redor, ele comentou:

- Espere isso é... a Fonte do Mundo dos Sapos!!

Ele seguiu examinando o local;

- Está em pedaços... - Lamentou.

***

Enquanto isso, Efito corria como nunca com Juanito a suas costas:

- ¿A dónde vamos Efito?

- A fada disse... - Arfando. - A fada disse para irmos aonde os sapos... onde os sapos gostam de coaxar... Eu acredito que ela se referia ao Mundo dos Sapos.

Eles seguiram por algumas horas até chegar ao seu destino. Lá, observaram toda a destruição que foi causada quando Excalibur arruinou a Fonte de vida dos Sapos.

Estavam todas as criaturas petrificadas. Sem vida, sem luz. O céu estava nublado e um vento frio corria por entre aquelas estátuas.

A maioria estava sorrindo, mas com uma aura fria, como se estivessem tristes por dentro.

Se deparando com elas, Juanito desceu de Efito e os dois passaram a caminhar por entre a população de pedra.

- ¿Están muertos?

- Parecem que sim.

Ao longe, o coelho avistou Morgana.

- Hey Efito. Mira la bruja!

Efito olhou para ela sorridente. Mas quando ela chegou e pousou, ele, estranhando a ausência das outras corujas, logo questionou:

- Morgana! Que bom te ver. As corujas não estão com você?

Morgana, entretanto, não disse nenhuma palavra.

- O que aconteceu? Elas estão bem? Você está?

O silêncio prevaleceu.

Juanito incomodou-se:

- ¿Qué te pasa? Responda el niño!

A coruja então sorriu e disse com ar diabólico:

- Eu não poderia me sentir melhor.

Efito fechou a cara. Sussurrou a Juanito.

- Ela está estranha. 

O coelho sacou uma doze e apontou para a coruja.

- Usted no es Morgana. ¿Qué hiciste con ella y nuestros amigos? Cuéntanos !!

- Seus amigos? Hahaha!! ESTÃO MORTOS!!

Efito gelou. Sentiu seu coração preso na garganta. Então se enfureceu e disse:

- Ora sua maldita!! Não me importa quem é você, mas se feriu Liah e os outros sentirá a minha fúria e...

Neste instante, Efito e Juanito são suspensos no ar por magia.

- Estão todos mortos... e vou juntar vocês a minha pilha de cadáveres.

- Solte-os AGORA!!

Todos olharam para o lado.

Conrado estava parado e olhava odiosamente para Morgana.

- Conrado!! - Animou-se o coelho.

- Conrado, saia daqui!! Essa criatura disse que matou os nossos amigos!!

Mas a pequena coruja sequer olhou para os meninos. Encarava sua mestre sem titubear.

Morgana, sorridente, lançou o lobo e o coelho para longe. Voltou-se para Conrado.

- É a mim que você quer. - Disse ele com raiva.

***

No Mundo Fafito, Shura explicava ao rei e aos leões tudo o que sabia sobre aquela situação:

- Dragon foi instigado a roubar a pedra de Gêmeos e nos enfraquecer. Por se tratar de um habitante do Mundo dos Sapos, quem o controlou estava interessado em opor estes dois mundos.

- Instigado? Quer dizer que a força maligna não detinha total controle sobre ele.

- Exatamente, meu rei. Dragon permitiu-se ser controlado para ver quais eram os propósitos desse novo inimigo.

- Duvido que ele não gostou de fazer o que fez. - Falou Kanon.

Dragon apenas o observou, sorrindo.

- A verdade é que, quando nos encontramos, e nos de gladiamos, sabíamos que havia algo errado. Então subimos as estrelas pra conversar. Meu irmão e eu entendemos que este inimigo é comum a todos nós. Por isso resolveu se aliar e partimos ao Mundo dos Sonhos para identificar a natureza desse áurea maligna que nos atacou.

- Então esse inimigo também controlava Marina? - Perguntou Saga.

- Ainda não sabemos. 

- E como Excalibur se encontrou com vocês? Ele também estava sendo manipulado quando destruiu o Mundo dos Sapos? - Indagou o rei.

- Infelizmente não. O inimigo queria que nós e os sapos nos atacassem. E nisso ele conquistou exito. Excalibur atacou a Fonte dos Sapos acreditando que eles eram os inimigos. Ele falhou, nós sabemos, mas quando se trata de uma guerra, para nós dragões, é matar ou morrer. Avisamos Excalibur telepaticamente. Nós, os dragões, possuímos um elo de ligação entre nossas mentes. Nesse momento, por exemplo, consigo perceber que ele foi se encontrar com Magenta Excalibur.

- Fomos enganados. Eu lamento meu rei. - Disse Kanon.

- Eu lamento por Marina. Ela provavelmente foi infectada com essa áurea quando contou a Excalibur a localização secreta da Fonte dos Sapos.

Dragon e Shura fazem cara de dúvida. Então Shura responde, deixando Babar, Kanon e Saga perplexos:

- Mas não foi Marina que disse a Excalibur como matar todos os sapos...

...foi Morgana.




sábado, 6 de setembro de 2014

Capítulo 19#

Conrado abriu os olhos após alguns segundos.

Tinha os fechado, aguardando por sua morte, mas estranhamente não foi atacado.

Então olhou para os sapos que por sua vez olhavam para trás. Havia uma formação de luz, no meio daquelas trevas todas. E da luz vieram sua rainha, sua melhor amiga e sua Mestra, cheias de fúria, lançando-se em ataque.

- Esses malditos!! Nos deram uma bela surra da última vez. - Disse Liah.

- Mas eles estavam protegidos pela áurea de Dragon e do Mundo dos Sapos. Aqui será diferente, somos apenas eles e nós. - Rebateu Valquíria enquanto a acompanhava em uma rajada de voo na direção dos Sapos. Morgana vinha logo em seguida.

Os sapos Sheldon e Steve saltaram de encontro as corujas.

Mas como previsto por elas, agora as forças eram diferentes.

Sheldon lançou sua língua pegajosa e agarrou uma das patas de Liah. Ela aproveitou para cravar suas garras e levantou o sapo do chão, girando no ar 360 graus e o lançando de volta a terra, acertando em cheio Flack.

Saltando em direção a Valquíria, Steve teve seus olhos perfurados pelas duas garras da coruja, que o segurou pelo crânio, deu um mortal com ele no ar e o lançou no chão. O sapo caiu e afundou direto na lama do pântano.

Bruce apenas as observava. 

Os outros três sapos se recompunham e se perfilaram ao lado dele. 

- BRAVO, SENHORAS E SENHORITAS. MAS SE É ASSIM QUE PRETENDEM NOS DERROTAR - risos - DEVEM ESTAR LOUCAS. ESTAMOS MORTOS. O FEITIÇO QUE NOS MANTEM DE PÉ NÃO PERMITE QUE SENTAMOS NENHUMA DOR OU DANO FÍSICO.

- Então é hora de uma feiticeira entrar em ação.

Todos se viraram para Morgana que estava com seus olhos acesos como luzes fluorescentes. 

Uma áurea da mesma cor dos olhos de Morgana começou a se formar em torno dos sapos e eles já não conseguiam se mover.

- VOCÊS NÃO FAZEM IDEIA DO MEU PODER...

Os olhos apreensivos de Bruce começaram a acreditar no poder da feiticeira.

Liah e Valquíria observavam-a surpresas.

 Conrado ficou chocado. Nunca na vida tinha visto sua Mestra utilizar aquela técnica proibida há séculos. 

- E-ela não vai fazer isso...

Morgana foi levitando no ar, acumulando energia em seu corpo.

- Aaaaaaaaaaaaaah... - invocava suas forças mais secretas.

Então atacou:

- LIQUEFAZER!!!

- Nãaao!! - Gritou Conrado.

Era tarde.

Os rostos dos sapos começaram a ficar tortos. Foram se deformando. Todos os seus corpos foram.

Se desmanchando, torando-se gosmentos, gelatinosos, fluídos.

Viraram um líquido de sangue, ossos e órgãos, que continuava a se desintegrar, gerando gases fétidos.

Valquíria e Liah pousara uma de cada lado de Morgana, impressionadas.

- Não sabia que você tinha esse poder Mô. - Disse Liah, entusiasmada.

- Morgana... que morte terrível você deu a eles. - Comentou a rainha.

Conrado se levantou e foi indo em direção as meninas.

Ficou de frente para Morgana, apenas com a poça de dejetos dos inimigos entre eles.

Bravejou:

- POR QUÊ?! POR QUÊ VOCÊ USOU A TÉCNICA PROIBIDA?

Morgana permaneceu em silêncio, olhando para o chão.

- Proibida? Essa técnica que usou é proibida?

- Faz sentido, Li. Uma coisa tão mortífera.

- Mortífera e que nunca devia ser utilizada!!- Gritou Conrado e continuou falando com sua Mestre. - Você sabia que após utilizar esse ataque, você se tornou indigna. Nunca mais poderá entrar no Templo da Ordem do Zero!!

- É verdade isso Morgana? - Perguntou aflita Liah.

- Mô, por que fez isso? A gente podia dar outro jeito. - Continuou Val.

- Claro que podiam. Ela mesma conhecia muitas outras técnicas. Então responda Mestre, por que você fez isso? Por que se tornou indigna? POR QUÊ?!!!!

Um silêncio seguiu por alguns instantes.

Então Morgana, de cabeça baixa, olhou para Conrado com pura maldade e disse:

- Por que nada mais importa.

Os três arregalaram seus olhos. Mas a surpresa ainda estava por vir.

Morgana abriu suas asas, disparando afiadas penas em direção a Liah e Valquíria que estavam ao seu lado.

Eram tantas penas que diversas se perderam no ar e no chão, mas as que atingiram as duas corujas logo as derrubaram, e elas caíram se contorcendo de dor.

- Aaaaaaaaaaah! O que é isso? Que dor! Aaaaaaaah!! - Gritava Liah.

- Aah! Morganaaaaaaaaaa!!! - Gemia de dor, Valquíria.

Conrado ficou paralisado. Dúvidas e medos lhe viravam o estômago.

O que estava acontecendo?

Morgana olhou para Conrado, sorrindo.

- Você está com a oração.

- O-o quê? Do que você está falando? O que está fazendo, você enlouqueceu?

- A oração... ela está com você.

Conrado sorriu em desespero:

- Eu... - risos - Eu não tô acreditando. Primeiro a técnica proibida. Agora você ataca Liah e a rainha? São suas amigas?!

- A oração...

- NÃO EXISTE ORAÇÃO!! - Disparou em furor, Conrado.

Valquíria e Liah espantaram-se.

- C-como assim... Con...rado... - Sussurrava de dor, Valquíria.

- Eu fui lá, na Terra da Magia e... - Alterando a voz para melancolia. - Me desculpem meninas. Mas Babar se enganou... ninguém lá conhecia essa tal fada que o rei falou. Ele foi enganado. Nós fomos, na verdade...

As duas corujas caídas não podiam acreditar.

Então tudo aquilo foi para nada.

Morgana falou:

- Isso não quer dizer que não existe oração.

Conrado ficou parado, admirando aquele caos.

- Você não consegue perceber? Está impregnada em você.

Conrado, atônico, olhou para si mesmo, e somente saiu do transe ao ouvir a voz de sua rainha.

- Fuja Conrado. Fuja agora. Salve o Mundo Fafito!! Ela não é a sua Mestre, ela vai matar você, ah!

A rainha foi interrompida com a pata de Morgana sobre sua face.

A pequena coruja olhou para Valquíria, e para Liah, e encarou sua Mestre.

- Eu não vou deixar vocês!! Eu vou enfrentá-la.

- Ousas se rebelar contra sua Mestra, Conrado?

Conrado engoliu seco. Mas frisou o olhar.

 - N-não ouse machucar ele, sua TRAÍRA!!OLHAR DA MEDUSA!!!

- O quê?

Morgana foi surpreendida por Liah que lançou o ataque que Conrado lhe ensinou.

Começou a se tornar pedra, e assim petrificou.

- Bravo Liah!! - Comemorou Valquíria.

Conrado se aproximou de Liah.

-Vocês estão bem?

- Conrado querido, não se preocupe conosco. Babar está entregando a vida por esta oração. Todos estão. Você precisa chegar até lá.

- Eu não vou deixar vocês assim, estão feridas.

- Eu posso curar a rainha, Conrado, e ela vai cuidar de mim. Você precisa levar a oração o mais depressa possível.

- Mas o que eu faço quando chegar lá, eu nem sabia que a oração estava comigo.

- Não importa vá! - Disse Liah.

- Depressa Conrado. Contamos com você. - Completou Valquíria.


Ele então se levantou. Balançou a cabeça e voou.

As duas ao chão, estavam ofegantes e pensativas. Ainda procurando entender o que foi tudo aquilo.

Mas de repente, a figura petrificada de Morgana começou a rachar.

- Não pode ser...

As rachaduras aumentaram até a coruja abrir as asas, triunfante, lançando as lascas de pedra ao redor.

- Ataque impressionante, sua gralha maluca. Mas precisa aperfeiçoar. Sua petrificação foi superficial. Não chegou a me atingir por inteiro. Lamento.

Os olhos incrédulos de Liah tremiam ao olhar para Morgana.

Ela olhou de volta e completou:

- As penas que lancei sobre vocês não são apenas afiadas. Elas estão cheias de veneno. Por isso ficaram paralisadas. Foi direto para corrente sanguínea. Não lhes resta muito tempo de vida.

- S-sua.. MALDITA!! - Berrou Valquíria. - Por que fez isso?

- Minha cara Rainha. Já não lhe devo satisfações.

Dito isso, ela bateu suas asas, duas ou três vezes para tomar impulso. No ar, voou atrás de Conrado.

Liah e Valquíria se entreolharam.

- Lili... como sua rainha eu lhe peço perdão por ter falhado.

Liah, por sua vez, olhou para o céu e respondeu.

- E como sua amiga, Val, eu digo que te amo.

As duas sorriram.

Não havia lugar melhor para a morte se manifestar.


Capítulo 18#

- Já Já Já Já!! - Ria enlouquecidamente Juanito, o coelho, enquanto disparava sua metralhadora contra o exército de gigantes, nas rápidas corridas do lobo Efito, que seguia indo de um lado inteiro, até o outro da frente do inimigo.

O rei Babar correu em direção a um inimigo e pulou, acertando-lhe uma cabeçada no peito e derrubando o gigante e caindo sobre ele. Mas rapidamente teve que saltar pois outro gigante lançou seu braço sobre o local onde ele estava, sem se importar em atingir um companheiro.

Os leões da proteção seguiam lutando em dupla, lançando rajadas de plasmas de suas bocas, um cobrindo o outro.

Eram belos efeitos visuais. Mas não causavam qualquer avalia aos inimigos.

- Não tá adiantando nada Juanito!! - Gritava Efito.

- Que el hombre, ¿dónde está tu valor?

- Juanito, não estamos nem arranhando eles.

- Yo creo que están sorprendidos por las balas en los ojos.

- Esse nosso ataque a distância não está adiantando nada. O rei está partindo para luta corpo a corpo.

- Está convencido de que él es un hombre de grandes bolas ahora?

- Continuo achando que ele é um louco. Mas vamos nos aproximar. - Respondeu Efito e seguiram em direção ao aglomerado.

- Kanon, o rei!! - Alertou Saga a seu irmão.

Kanon atirou sucessivas bolas de plasma, afastando os gigantes de Babar, possivelmente pelo clarão em seus olhos.

Babar se levantou do chão e os leões se puseram ao seu lado. Efito e o colho chegaram, freando e levantando poeira.

Naquela breve pausa, o rei argumentou:

- Os olhos... O ponto fraco deles continua sendo os olhos.

- Mas são muitos, meu senhor. - Disse Kanon.

- Vamos aceitar. O menino coruja vai trazer a oração e o fim desta guerra. Mas não haverá nenhum de nós vivos para ver isso. - Completou Saga.

- NÃO!! Nós não vamos desistir e...

Um gigante surgiu e chutou Babar como se ele fosse uma bola de futebol. O elefante foi cair a quase um quilômetro de distância.

Todos olharam e se separaram.

Mas também foram atingidos:

- Aaaaaah!! - Gritou Saga após ser socado com violência no ar e caiu criando um buraco no chão, de tanta força com a qual foi jogado.

Kanon recebeu um chute que o fez subir no ar como em câmera lenta e, antes de cair, um dos gigantes saltou e o chutou para longe.

Efito corria entre as pernas dos gigantes. Mas eles eram tantos que ele começou a ficar desesperado.

- Amigo, ¿qué te pasa?

- Eu quero sair daqui!! Eu não quero morrer como o Panda!! Eu não...

Um soco de baixo para cima o acertou por trás o lançando de baixo para cima.

Efito foi cair próximo a Babar, e Juanito alguns metros a frente.

Kanon e Saga se juntaram próximos a eles.

Os gigantes seguiam se aproximando.

Os garotos, todos eles, estavam exaustos pelos dois dias pelos quais mantiveram o escudo de pé.

Babar, caído, sem poder abrir um dos olhos e sangrando, apenas levantava a cabeça e via aquela nuvem de poeira se movimentando com todos aqueles soldados enormes e imunes a dor.

Sorriu de forma insana. Olhou para os seus súditos, lamentou:

- Eu sinto muito por tê-los feito morrer dessa forma injusta. Sem realizar os seus sonhos... sem ter um motivo especial. Apenas por que seu rei quis que fosse assim.

- Meu rei, gostaria de dizer que foi uma honra lutar ao seu lado, senhor. - Disse Saga, também sangrando, olhando para o horizonte.

Kanon postou-se ao lado do rei. Não tinha nada a dizer.

Já Efito nem se movia. Estava caído desde o golpe. Só conseguia pensar em Liah. Que nunca mais iria vê-la. Lágrimas caíram de seus olhos.

E cada passo de um gigante era um tremor ensurdecedor para aqueles ouvidos tão sensíveis. E eram duzentos passos por vez.

Seu coração disparava, o pavor lhe tomava conta. Morrer, assim?

- La vergüenza señores me.

Todos olharam para Juanito.

Ele ostentava um Panzer, um imponente tanque de guerra. 

Babar sorriu. Saga perguntou-se:

- De onde ele tirou isso?

Efito disse sorridente:

- Esse coelho...

Com ar malicioso gritou:

- LÁ VAI BOMBA!!

Um enorme tirou foi dado causando grande estrondo, luz, levantando poeira e fumaça.

A fumaça baixou e os gigantes continuavam de pé, e agora bem mais perto.

Todos viraram-se para o colho com cara de bravo ou de interrogação.

Com um sorriso amarelo, Juanito saltou do tanque e disse:

- Bueno ... nadie puede decir que no lo intenté.

O rei olhou de volta aos soldados, com tristeza.

Os leões da proteção permaneciam apreensivos.

Efito voltou a fechar os olhos. Pensava apenas em morrer em paz.

***

Foi então que um imenso clarão se fez.

Uma luz tão insuportável que nada se via além do branco.

- CASTIGO SAGRADO, RE-DEN-ÇÃO!!!!

Ainda naquela imensidão de luz, pode-se ouvir outra voz:

- OLHAR DA MEDUSA!!!!

E uma terceira, e bem familiar:

- EXXXXXXXXXXXXCALIBUUUUUUUUUURRRR!!!!

Um estrépido se fez seguido do som de atrito entre rochas.

Quando a luz ofuscante se desfez, o lobo, no mal abrir dos olhos, enxergou a figura de seu arqui rival... Excalibur.

Babar observou com um de seus olhos. A sua frente estavam Shura, o dragão do dia, e Dragon, a sombra da noite. A suas costas pode perceber Excalibur. O trio de dragões apareceu subitamente demonstrando a imensidão dos seus poderes.

Shura avia atacado com luz, impedindo que qualquer ser vivo pudesse enxergar por aqueles instantes, Dragon lançou o feitiço de petrificação, torando os inimigos em gigantes de pedra. Excalibur completou o ataque cortando-os em pedacinhos.

Uma fila inteira de gigantes veio ao chão.

Outros muitos ainda estavam de pé. Mas parados.

A entrada dos dragões virava o jogo e eles começaram a recuar. 

Mas Excalibur foi atrás deles. Shura e Dragon o seguiram. 

Babar estava incrédulo. Um sorriso veio ao canto da boca. Excalibur e Shura não se suportavam, e o mais impressionante, Dragon? Estavam todos ajudando. Todos lutando pelo Mundo Fafito.

Magenta tinha conseguido. Tinha feito seu filho ouvi-lo pela primeira vez.

A cada som de rocha sendo cortada, Babar se sentia mais vivo. E mais feliz.



Capítulo 17#

Pow! Pow! Pow!

Duzentos gigantes. Quatrocentos punhos socando incessantemente um escudo invisível que rodeava o Mundo Fafito.

Distante dali, próximo ao templo, perfilados, todos os habitantes do reino estavam imóveis, concentrando suas energias, suas forças vitais para manter aquele escudo de pé. 

O sol se punha e nascia novamente. Pequenas gotas de suor escorriam nos rostos de dois ou mais guerreiros. Após dois dias estavam encharcados. As veias saltavam para fora. Os olhos ficavam mais difíceis de se manter abertos. Sede, fome, exaustão. Não podiam para, não podiam se mover. A concentração de suas energias juntas era o que manteria o escudo ao seu redor.

Saga, Kanon, Juanito, Efito, Liah, Morgana, Valquíria e Babar. Oito heróis e apenas um desejo: "Que Conrado volta-se logo." Mas ele não voltava.

- Falta... pouco.. pessoal. A-aguente firme... - Murmurava Babar.

- Sim, meu rei. - Respondiam todos em seus pensamentos.

Era só mais um dia.

***

Dois dias antes.

***

- Minha antiga casa. 

Conrado acabara de chegar na Terra da Magia, através do teletransporte feito pelos Leões da Proteção.

Feliz, reencontrou com muitos amigos.

Mas em poucos minutos, empalideceu. E seu receio foi se tornando cada vez maior. A cada habitante do lugar com quem ele conversava, sua incerteza aumentava.

Ninguém nunca tivera ouvido falar de fada alguma.

Conrado visitou a Biblioteca. 

Lá, a regente o atendeu:

- Conrado, da Ordem do Zero!! Que satisfação meu garoto!!

- Olá, como vai a senhora?

- Bem, meu querido. Como você cresceu!!

- É. - risos - Já fazem alguns anos.

Após aquela nostalgia, ela perguntou o que o trazia de volta a sua terra de origem.

- A Terra da Magia nunca teve um líder. Um rei ou presidente. É um lugar onde todos são iguais e convivem em harmonia. Uma utopia viva. Estou correto?

- Não poderia estar mais correto, meu filho. Aonde quer chegar?

- Se houvesse alguém, um mentor, acha que ajudaria um outro reino que está em guerra?

- Acho difícil. Mas percebo que você veio atrás dessa pessoa.

- E pelo que vejo, ela não existe. Fomos enganados. Meu rei foi, na verdade. 

- Uma ilusão... entendo. Imagino que quem quer que seja que estejam enfrentando... é incrivelmente poderoso.

Conrado ficou pensativo.

- Tem algum registro sobre fadas em seus livros?

- Fadas? Eu conheço cada palavra, cada ponto e sinal descrito nessas escrituras de todos os livros. Infelizmente não conheço essa palavra.

- Mas que droga... 

- O que houve meu jovem?

- Preciso partir imediatamente. Meus amigos correm sério risco de vida.


***

Mais dois dias se passaram.

Conrado voava desesperadamente em direção ao Mundo Fafito. Passava naquele momento  pelo Vale Medonho da Morte. A seguir viria o Mundo dos Sapos e então, estaria em casa, sua nova casa.

Pensava a todo instante em seus amigos. Se estariam bem, se teriam resistido, pois toda aquela viagem não tinha valido a pena. 

Agora todos corria perigo pois depositaram suas últimas  esperanças no plano do rei.

Entretanto, o corpo falou mais alto que a vontade, e sem aguentar mais bater suas asas, ele pousou.

Ofegante, estava de cabeça baixa quando ouviu um ruído.

Olhou em volta. Nada viu se mover.

O Vale Medonho da Morte era um pântano, cheio de lama, pedras e árvores secas. Sombras eternas pairavam sobre aquele lugar. Não se via a luz o sol. Apenas o céu mais claro por ser dia, mas forrado de nuvens de chuva que também não caiam. A água alimenta a vida. E só morte poderia existir ali.

Outro barulho lhe chamou a atenção, dessa vez mais próximo.

Seu coração disparou. Com medo, Conrado começou a se mover.

Mas deu de frente com uma figura aterrorizadora!!

- OLÁ CRIANÇA?!

- N-não pode ser...

Foi dando passos para trás. Mas a suas costas apareceu outro espectro. E mais um ao seu lado. E do outro.

Estava cercado.

- Hora da vingança... - Espreitou uma voz irritante.

- Você não poderá escapar de nós. - Disse outro, em um tom forte e voraz.

O terceiro não disse nada. Os olhos enormes e brilhantes de Steve já amedrontavam por si só.

- V-vocês estão mortos...

- E NÃO HÁ LUGAR MELHOR PARA SE ESTAR DO QUE AQUI, FILHO. É HORA DE VOCÊ SE UNIR A NÓS TAMBÉM.

Conrado olhou de volta para Bruce, Steve, Flack e Sheldon também estavam com eles.

Com olhos apagados, cheios de um vazio chamado morte. 

Auras frias e os corpos decompostos, em estado de putrificação, alguns ossos estavam a mostra.

Sua mestre e duas das corujas mais poderosas que existiram não puderam fazer nada contra aqueles sapos em vida. O que ele poderia fazer sozinho contra os mesmos, ainda mais agora que estavam mortos?

Era um pesadelo.


Conrado tentou fugir, mas foi cercado. Correu em outra direção e novamente apareceu um sapo em sua frente. Estavam brincando com ele, rindo.

A graça acabou quando Bruce surgiu do nada e lhe acertou em cheio, jogando-o longe, e mais longe.

- Me-ferrei... de novo... - Dizia para si mesmo, enquanto arfava. - Estava guardando isso para um único momento. Terei que usar agora.

"Morgana... minha mestre. Estou no Vale Medonho da Morte, sendo atacado por figuras mortas de Bruce e seus mais fortes soldados... Preciso de ajuda ou.. aaaaaaaaaaaah!!!"

A transmissão desapareceu.

***

- Esperem todos agora!! Conrado fez comigo um contato telepático!!

Todos olharam de canto. Não podiam se mover ou tirar a concentração no foco da energia para manter o escudo.

- O que houve... Morgana? - Perguntou Babar

- Conrado foi interceptado no Vale Medonho da Morte. Sapos zumbis liderados por Bruce. Ele não vai conseguir sozinho.

- Bruce... mesmo depois de morto atravessando o meu caminho...

- Babar...

O rei olhou para Valquíria que lhe interrompeu o pensamento. Ele tomou uma decisão rápida, e na opinião de seus súditos, suicida.

- Eu entendo. Saga, Kanon!! Teletransportem Morgana, Liah e Valquíria para o Vale.

Todos ficaram chocados.

- Babar, sem nós o escudo não se manterá!! - Indignou-se Valquíria.

- É pior que isso, Saga e Kanon também terão de deixar o escudo para realizar a técnica.  O senhor, Juanito e Efito não irão aguentar dez segundos segurando o escudo sozinhos. - Completou Liah.

- Esse velho está ficando gagá!! O teletransporte é uma técnica de viagem única. Quer dizer que as corujas e Conrado só retornaram em um dia. Como vamos resistir até lá?

Após seu questionamento, Juanito olhou para Efito. Também estava de acordo.

- BASTA!! Que se rompa o escudo. Conrado está com problemas, mas ele porta a solução. Tudo depende dele chegar a salvo aqui. Vão as corujas ajudá-lo. O escudo será desfeito. Eu e quem estiver ao meu lado lutaremos por mais este dia. E quem não estiver, faça o favor de dar o fora daqui. Esse é o meu reinado, esse é o Mundo Fafito!!!!

Enquanto todos permaneciam em seus conflitos internos, a rainha pronunciou:

- É uma ordem soldados.

Saga e Kanon soltaram seus espíritos do escudo.

Se entre olharam e começaram a realizar a técnica.

Liah olhou para Efito, que olhou para ela de volta.

Seus olhares ficaram ligados até ela desaparecer em pós de cristais.

Naquele momento a barreira invisível se desfez em todo o Mundo Fafito.

Os gigantes da linha de frente tombaram, mas os subsequentes seguiram marchando.

Babar frisou o olhar. Levantou as patas dianteiras e as manteve no ar.

Ao pisar no chão novamente, tremeu-se toda a terra ao redor.

Ele saiu em disparada contra o exército sozinho.

Kanon, Saga, seguiram o.

- Rá tá tá tá tá tá!!!

Efito virou-se para Juanito que portava uma metralhadora de guerra.

- Vem conosco hermano?

O lobo baixou a cabeça. Olhou para o coelho e disse.

- Sobe. Vamos morrer, mas vamos morrer lutando.

***

No Vale Medonho da Morte, Conrado disparava seu ataque mais poderoso, o olhar da Medusa!

Um clarão se fez em todo aquele ambiente.

Mas quando a luz se dissipou, todos os sapos continuavam intactos.

- É UM FEITIÇO FORMIDÁVEL, MEU CARO. MAS SÓ FUNCIONA EM VIVOS.

- Eu já disse isso muitas vezes antes mas... acho que agora sim eu me ferrei de verdade.

Disse isso... e fechou os olhos.