A Batalha começa agora

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Capítulo 22#

Uma força maligna se abrigou do Mundo dos Sonhos. 

Sem saber o que ou quem, infiltrou-se no países vizinhos, o Mundo Fafito e o Mundo dos Sapos, conspirando a lutarem entre si.

Quando o Mundo Fafito se enfraqueceu e o dos Sapos simplesmente deixou de existir, enviou seus soldados a marcharem contra o inimigo.

Essa corrupção colocou reino contra reino, mas se tornou mais intima, opondo irmão contra irmão, amigo contra amigo, aprendiz contra mestre.

O que poucos testemunhavam era uma batalha mortal entre a coruja feiticeira, mestre das magias brancas, e seu fiel aluno e querido por todos, Conrado.

Após uma imensidão de luz se dissipar, observou-se Conrado, banhado em sangue, parado no ar como se levitasse.

Ao chão e a suas costas, sua mestre e tutora Morgana, freava suas garras na lama, após seu ataque se encontrar com o do pupilo, e ambos travessarem um ao outro.

Mas Conrado a atravessou por dentro.

Ela dobrou os joelhos e desabou.

Um círculo de energia chamado Ninho se desfez e os amigos de Conrado puderam correr em sua direção, um pouco depois dele cair do alto em que se mantinha, em estado de choque.

- Conrado!! - chamavam por ele, aturdidos. 

Mas ele calmamente se levantou e caminhou em direção a sua amada que ainda resistia .

- A oração que você disse. Eu posso perceber. É uma técnica de ressurreição. Eu posso trazer a vida qualquer um que já tenha partido, mas para isso eu preciso morrer.

Morgana, caída, olhava-o de canto, agonizando e disse com dificuldade.

- C-conrado.. meu menino... eu lhe perdoo por essa ofensa que acaba de cometer me atacando. - Gemidos. - Que bom que percebeu o poder que tem. Me traga a vida quando eu me for e juntos fazermos prevalecer a Ordem nesse mundo e em todos os outros. Como sempre fizemos...


Conrado a observava de cima. Abaixou-se perto de seu ouvido e disse:

- Quero que veja que o poder pode ser usado para coisas boas, mestre.

Ele então se iluminou e levitou por alguns metros. A luz de que seu corpo emergia era imensa e iluminou toda aquela terra sombrai.

De repente, pedra após pedra da Fonte da Vida começou a se mover, se reconstruindo. A água voltou a jorrar. Todas as criaturas de pedra começaram a se tornar de carne novamente. Todas as árvores mortas voltaram a inflar suas folhas e frutos. Todo o céu nublado começou a dissipar suas nuvens e os primeiros raios de sol iluminaram os olhos de Efito e Juanito, incrédulos.

- Es la oración? - Perguntou Juanito e o lobo respondeu o abraçando com um largo sorriso:

- Não amigo, é um milagre!!

Era magnífico. Tudo se engrandeceu de vida. Os sapos, felizes como só eles, começaram a cantar e a dançar.

Quando terminou, Conrado desceu ao chão exausto, e olhou para Morgana que disse:

- O-o que você acabou de fazer? Seu moleque insolente. Desperdiçou a oração?

- Juntos fizemos a ordem prevalecer, como sempre, você disse. Nunca mais, digo eu. Adeus Morgana.

Ela ensaiou alguma reação, mas não resistiu.

- Conrado, você está bem? - Disse o lobo o segurando, quando ele parecia desmaiar.

- Estou, mas só me restam doze horas.

- Sacrificó su vida por todas las ranas que fueron asesinados. Usted es un verdadero santo.

Mas naquele instante, pousaram vindos de grandes saltos, Bruce, Steve , Flack e Sheldon.

- Mi madre !! Las ranas !! - Assustou-se Juanito, sacando as armas.

Efito rosnou contra os quatro e Conrado falou:

- Me ferrei.

Mas uma voz familiar disse:

- Esperem!!

Todos olharam espantados.

Era Valquíria, que descia das costas de Bruce. Ela trazia Liah, desacordada.

- Liah!! - Gritou o lobo, muito feliz, mas a expressão de Valquíria era de dor.

Conrado olhou para Liah com tristeza.

- O que houve com Liah? Esses sapos malditos!! Vou matar todos vocês!!

Os sapos se prepararam para lutar, mas Conrado interrompeu.

- Não foram eles, Efito. Morgana atacou a Liah e Valquíria na minha frente.

- O que? Mas por que a rainha...

- Por que Liah usou suas últimas forças para me retirar um pouco do veneno que Morgana nos injetou, Efito. Infelizmente... ela não resistiu.

O lobo não se conteve em lágrimas e desespero. Correu em direção ao corpo da coruja. Tentava reanimá-la mexendo nela com o focinho. Deitou ao lado do seu corpo. Pôs se a chorar sem controle. 

- Maldita seja minha mestre... - Lamentou Conrado, enquanto lhe escoriam lágrimas.

- CONRADO, EU LAMENTO NOSSO ÚLTIMO ENCONTRO. QUERO QUE SAIBA QUE GRAÇAS A VOCÊ, EU E TODOS OS SAPOS VOLTAMOS A VIDA. E SOMOS MUITO GRATOS A VOCÊ POR ISSO.

- Cala a boca!! - Gritou Efito a Bruce. - Ele devia ter revivido a Liah!!

- Ela não gostaria disso, Efito. E ela deixou algumas palavras para você Conrado. - Disse a rainha.- Vou dizer as palavras que ela usou. Não havia como escrever uma carta. Mas peço que visualize Liah lhe falando agora:

"Conrado querido, que situação. Morgana enganou a todos nós, mas imagino que seja mais difícil para você que a via como uma mãe, ou irmã mais velha, tanto faz. - risos - As vezes tava mais pra madrasta má.

Não sei o que vai acontecer agora, mas sei que você saíra vivo dessa. Por isso pedi a minha amiga Valquíria para lhe dizer essas palavras.

Vivo sim, mas muito ferido eu imagino. E a dor maior será a de perder pessoas que você ama. Sua mestre, seus amigos. 

É uma coisa com a qual não podemos evitar, a morte. Na verdade não sabemos nem como lidar com isso. Nunca esperamos por ela, mas ela sempre esperará por todos nós. 

Mas eu sei que antes de morrer você fará coisas incríveis por que você é a melhor pessoa que eu conheço.

Peço que não lamente minha perda. Mas que se lembre de todas as coisas boas que passamos juntos. 

Eu espero que você ajude todos os nossos amigos a vencer esse mal que nos opõe. E que por sua causa, muita gente possa estar feliz sempre. Te amo. Beijos, Liah."

Todos se emocionaram.

Conrado sorriu e pediu antes de sofre uma síncope.

- Levem-me ao Mundo Fafito.

E desmaiou.

***

O  céu estava nublado, e apenas alguns raios de sol passavam por entre as nuvens no enterro de Liah.

Todos estavam presentes, menos Excalibur.

Após o cortejo e das últimas palavras, Conrado, muito fraco pediu para o levarem a Marina.

Ele fez o feitiço de inversão e a trouxe de volta a vida.

Reunidos os habitantes do Mundo Fafito rodeavam Conrado, que dizia seu discurso final.

- Eu nunca achei que faria grandes coisas na vida. Mas no pouco tempo que vivi, aprendi a li dar com a morte e a destruição. Enfrentamos uma grande guerra contra o mal, na qual eu torcerei do céu para que meus amigos saiam vitoriosos.

Em pouco tempo de vida, eu curei e machuquei pessoas, prendi e libertei, ajudei e prejudiquei, mas o que quero dizer e que não importa quais atitudes ruins vocês tenham, ou o que fizeram de errado na vida.

O importante é o que você fez para bem dos outros. O que importa é ser uma boa pessoa, e dentro de você, querer fazer o bem.

Uma vez ouvi que o bem e o mal existem dentro de todos nós. É verdade. Mas somos nós, cada um de nós que decidimos para qual lado tender.

Eu parto feliz por saber que por causa da minha ida, muitos outros poderão viver.

E sou grato a todos aqui presentes por terem sidos meus amigos.

Eu os amarei por toda a eternidade. - Completou ele sorrindo.

E então seu corpo, cheio de luz, começou a de desfazer em pequenos pontinhos brancos de luz. Sem dor, apenas a paz podia se ver na face de Conrado.

Juanito se pôs a chorar, abraçado a Efito, que infelizmente, ainda estava inconformado por Conrado não ter salvado Liah.

Até Valquíria, sempre durona, não pode se conter.

Marina, Babar, Shura, Dragon, os leões e todos ali sabiam que perderam não só um grande guerreiro, mas um grande amigo.

***

Mais tarde, em seu dormitório, Valquíria e Babar estavam a horas em silêncio.

Estava sendo difícil para todos lhe dar com aquela situação.

- O que vamos fazer, meu bem? - Perguntou a rainha.

- Eu não sei... A tal oração era esse sacrifício de Conrado. Tinha medo por não poder combater os soldados do Mundo dos Sonhos, mas os dragões aqui nos dão alguma segurança. 

- Mas até quando?

- Eu não sei...

***

A chuva caia quando Excalibur notou alguém a sua sombra.

Era Efito, com cara de poucos amigos.

- O que veio buscar aqui?

- Ela te amava... e você nem ao menos foi no enterro, seu desgraçado.

Excalibur olhou para o lobo. Deu-lhe as costas.

- Ei eu to falando com você!!

- Ela morreu, e daí? Soldados morrem nas guerras.

- Seu cretino, como ousas tratá-la somente como uma baixa de guerra. Ela sempre o admirou, mas tenho certeza de que ela estava enganada, por que você não passa de um verme assassino.

- Se você não quiser virar a próxima vítima, sugiro que saia daqui.

Efito se enfureceu. Seus olhos brilharam e ele invocou forças da natureza e atacou Excalibur.






CONTINUA...





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