A Batalha começa agora

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Capítulo 29#

Safira, de pé e intacta como sempre, falou:

- Vocês podem me atingir quantas vezes quiserem. 

Só me derrotaram uma vez. Bruce, Babar e Valquíria. Reis de seus reinos. Lutaram para criar um lugar onde simplesmente pudessem ter poder, súditos. Patéticos. Nem sequer são os mais fortes e tiveram os mais fortes sobre as suas ordens.

Pois eu lhes tomo a coroa. Seus rostos, suas memórias, a partir de agora são desconhecidos. Quando voltarem aos seus reinos, se voltarem. Ninguém saberá quem são vocês. Não são mais ninguém.

- HA! HA! HA! HA!

Todos olharam para Bruce, que ria sem parar.

- É ESSE SEU CASTIGO? VOCÊ ESTÁ PERDENDO O JEITO.

- Tem razão, cara de sapo. Eu sei o que você e Babar mais amam nessa vida. - Disse a bruxa e olhou para Valquíria.

Em pânico, Babar gritou:

 - Valquíria!! Cuidado!!


O MUNDO FAFITO

De repente, trapos que enrolavam o cabo da vassoura que Valquíria segurava ganharam vida e se prenderam as patas da coruja. Em seguida, a vassoura apontou para o abismo e começou a ir em sua direção a uma incrível velocidade.

Babar correu, tomou impulso e saltou em direção a Valquíria:

Ele acertou-lhe uma cabeçada e as amarras se rasgaram.

Valquíria caiu do outro lado da fenda, aturdida com a pancada. O elefante e a vassoura caíram no abismo.

- BABAR!!! - Gritou Bruce e saltou na fenda atrás do rei.

A vassoura subiu do buraco e foi parar na mão de Safira.

- Dois coelhos... Nada mal. - Disse ela sobre Babar e Bruce terem caído no buraco. Montou em sua vassoura e saiu gargalhando.

Dragon e Shura olharam um para o outro.

Valquíria, atordoada, tentava se levantar.

- Ai... não.

Enquanto isso, Babar despencava no abismo.

Toda a sua vida passava sobre seus olhos como um filme.

Mas ele estava feliz pois morrer por sua amada fez sua existência valer a pena.

O marasmo de Babar só foi quebrado quando ele viu uma sombra se aproximando.

- LÁA VOU EEEEEEEEEEEEEEEU!!

Bruce se chocou com Babar e os dois passaram a cair mais rápido ainda.

- Ai!! Bruce?

- E  AI BABAAAAAAAAAAR!! QUE ME CONTA DE NOVO?

- O que está fazendo aqui?!! Ai!! - Gritava o rei quando se chocava com uma estalagmite. Subia alguns centímetros e continuava a cair.

- BABAR, NÃO TEMOS MUITO TEMPO PARA DESPEDIDAS. MAS EU GOSTARIA DE DIZER QUE SEMPRE O ADMIREI POR SUA HONESTIDADE, BONDADE E SENSO DE JUSTIÇA.

Babar continuava a cair, com os olhos lagrimejantes. A escuridão era quase total, eles só avistava uma fenda branca lá em cima enquanto despencavam. A outra coisa visível eram o brilho dos olhos molhados de Bruce, que falava:

- VOCÊ É UM GRANDE HOMEM, BABAR. O MELHOR AMIGO QUE JÁ TIVE. E O MELHOR REI QUE JÁ CONHECI. VOCÊ MERECE VALQUÍRIA MAIS DO QUE NINGUÉM.

POR FAVOR. FAÇA-A FELIZ.

- Bruce... - Sussurrava Babar quando Bruce atacou:

- ULTIMO COLAPSO COAXAR!!! MAAAAAAXIMOSSSS!!!

O fantástico ataque atingiu Babar em cheio e foi o levando para cima com toda aquela energia.

Do lado de fora da fenda, todos viram Babar subir até onde a vista se perdia. E começar a cair até se chocar no chão ao lado dos dois dragões.

Esfumaçando e olhando para as estrelas, Babar respirava ofegante.

- Bruce... obrigado.

- Babar!! - Gritou Valquíria voando completamente sem direção até pousar do outro lado do abismo e correr em sua direção.

Ela o abraçou dizendo:

- Meu amor!! - E chorando. - Tive tanto medo de te perder!!

- Eu estou bem... fico feliz por você também estar.

Ela o abraçou sorrindo. Após alguns segundos, ela contemplou seu olhar. Em seguida perguntou:

- E Bruce?

O rei fechou os olhos e apenas balançou a cabeça em sinal negativo.

Shura e Dragon se aproximaram.

- Babar... eu sinto muito por tudo. Mas eu e Dragon não podemos mais continuar com isto.

- Como é? - Perguntou Valquíria indignada.

- Estamos caminhando em direção a nossa morte. E sem motivo nenhum. - Disse Dragon.

- Sem motivo? Olha o que essa puta fez com a gente!!

- Eu entendo rainha, mas o que Dragon quer dizer é que, quando estávamos nos defendendo, fazia sentido lutar. Mas seguir nessa cruzada apenas por vingança... Será que nossas vidas são menores do que nossa honra. Diga-nos o que preferem realeza, viver tendo sido derrotados e poder mudar isso algum dia, ou morrer por não poder viver com essa derrota?

- Vocês dois são dois covardes e...

- Valquíria. - Disse Babar contendo-a: - Deixe-os. Eles tem esse direito. Já fizeram muito por nós.

- Mas...

Shura e Dragon se enrolaram um no outro em um movimento espiral e desapareceram no céu.

O sol estava nascendo.

Babar e Valquíria agora estavam sozinhos, fisicamente, psicologicamente e espiritualmente abalados, exaustos e derrotados.

Os dois caminhavam agora por um deserto. A montanha tinha ficado para trás.

Babar caminhava com passos pesados naquele sol escaldante.

Valquíria estava pousada sobre suas costas.

O vento carregava a areia e mas não amenizava o calor.

- Meu bem... é melhor parar para descansar.

- Eu só vou descansar quando vencermos nosso inimigo.

- Eu sei querido, mas talvez Shura tenha razão.

Neste momento Babar parou e Valquíria desceu a sua frente.

- Como assim? Você ficou louca de raiva quando ele disse que desistiria.

- Eu sei. Mas Bruce morreu. Excalibur perdeu o seu poder e Shura e Dragon também já partiram. Será que vale realmente a pena tudo isso?

Babar fica em silêncio por alguns instantes. Em seguida começa a andar e deixa Valquíria para trás.

- Você pode desistir também se você quiser.

Ela respira fundo. E o segue.

Após algumas horas, Babar não conseguiu mover uma de suas patas, trêmulas. Então desabou.

Valquíria olhou para trás.

- Babar.

- Mas que criaturinhas persistentes. - Disse Safira, parada metros a frente, observando-os.

- Você!! - Disse Valquíria em posição de ataque.

- Digam-me. É tão importante assim para vocês me derrotarem?

- Só faltam três vezes - Avisou a coruja e sorriu.

- Estou cansada de vocês. Se pudesse os matava agora.

Valquíria e Babar se olharam. Ele se levantou.

A bruxa começou a ir embora caminhando.

- Ei, espere!! Disse Babar, mas avistaram a silhueta de criaturas gigantes.

Diversos gigantes de pelúcia se aproximavam até se tornarem visíveis.

Seus passos faziam imenso estrondo, mesmo em um chão de areia.

Babar os olhava serenamente.

- Meu bem... - Dizia Valquíria preocupada.

- Eu estou farto de tudo isso!! EU ESTOU CANSADO DESSA BATALHA!!

Babar começou a acumular energia em seu corpo, mudando o vento ao seu redor, e fazendo partículas de areia flutuarem.

- PRA MIM CHEGAAAAAA!!

Gritou o elefante e partiu em velocidade contra o exército de gigantes.

- Espere Babar!!




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